Empresas de ônibus cogitam fechar se tarifa não for reajustada


Segundo o sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio, motoristas não conseguem parar o veículo nos sinais de trânsito quando este passa de verde para amarelo - Leo Martins




RIO - A Federação das Empresas de Transporte do Rio (Fetranspor) e o Rio Ônibus, sindicato que reúne as empresas do setor, reagiram contra a decisão do prefeito Eduardo Paes de deixar para o sucessor, Marcelo Crivella, a tarefa de negociar o aumento das passagens. Em nota, criticaram a indefinição do reajuste que deveria acontecer, segundo elas, em 1º de janeiro, conforme contrato com as concessionárias.

As entidades patronais destacaram que o setor está em crise e que seis empresas fecharam nos últimos 18 meses, causando a demissão de 3 mil rodoviários e a retirada de 900 ônibus. Ainda segundo a nota, o ano de 2017 começará com a possibilidade de fechamento de mais 12 empresas e demissão de aproximadamente 5 mil rodoviários.

Em nota, a assessoria do prefeito eleito Marcelo Crivella informou que só se posicionará sobre o assunto após a posse, quando “avaliará a situação das tarifas com o corpo técnico da secretaria de Transporte”. Hoje a tarifa é de R$ 3,80. Nesta quinta-feira, o presidente do Rio Ônibus, Lélis Teixeira, disse que a incerteza sobre o respeito ao contrato provoca instabilidade jurídica e que, se as empresas soubessem que não haveria o aumento da tarifa, não teriam reajustado os rodoviários:

— Isso transcende a questão da tarifa. O respeito ao contrato das concessões é fundamental para garantir a segurança jurídica do estado de direito. Se a nova administração não respeitar o contrato será uma sinalização muito ruim — afirmou Lélis, lembrando que a concessão prevê reajuste em dezembro para aplicação a partir de janeiro do ano seguinte. — Desde 2010, quando o contrato foi assinado, todos os anos os valores foram atualizados pela planilha composta pelos custos maiores do segmento, sendo 45% pessoal. Por isso, quando discutimos o dissídio coletivo dos rodoviários, que são mais de 40 mil no município do Rio, nós demos 10%, bem acima do valor do IPCA, confiando que nós teríamos o reajuste da tarifa.

Ainda segundo Lélis, se não houver o reajuste também ficarão em risco as gratuidades.

— Embutido na tarifa está o percentual para pagar a gratuidade. Sem o reajuste das passagens, existe o risco de as empresas suspenderem a gratuidade.

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