Maior mobilidade, melhor futuro para o Rio
O Brasil tem uma grande frota de carros, com aproximadamente 50 milhões de automóveis, segundo dados do Denatran de dezembro de 2015. Só no Rio de Janeiro são quase 5 milhões. Com a aproximação dos Jogos Olímpicos, a cidade vem focando em planejamento urbano, buscando aumentar a capacidade do transporte público e a integração entre os diversos meios de locomoção para melhorar o trânsito.
Todas estas mudanças implementadas vão além das necessidades olímpicas. O saldo para a população do Rio e para seus turistas, depois dos Jogos 2016, será o de maior mobilidade, conforto e rapidez nos deslocamentos pela cidade.
— O grande salto será a integração. O maior e melhor acesso entre a Barra da Tijuca e a Zona Sul, além do início das atividades do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e da SuperVia, vão muito além do investimento específico para as Olimpíadas – afirma Gustavo Guerra, presidente da Odebrecht Mobilidade.
Dentre as vantagens da integração dos modais de transporte, Guerra destaca o ganho em qualidade de vida para o usuário e a melhoria no desempenho do serviço prestado. Cidades que priorizam a mobilidade urbana, como Barcelona e Tóquio, por exemplo, fazem um bom uso coordenado do sistema de circulação do transporte de massa.
O Rio também fará. A previsão é de que haja um aumento no chamado “time value”, medida que contabiliza o tempo economizado pela população (que pode ser usado para lazer ou trabalho) e, com isso, um crescimento do número de usuários no transporte público.
— Com maior qualidade na prestação do serviço, o cliente vem para o transporte público, pois percebe que é atendido com mais conforto, segurança e pontualidade – afirma Gustavo Guerra, citando o crescimento de 10% ao ano do volume de passageiros da SuperVia.
A Linha 4 do Metrô, por exemplo, vai ligar a Barra da Tijuca a Ipanema em apenas 13 minutos. São 16 quilômetros, que contemplam seis novas estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. Mais de 300 mil pessoas serão beneficiadas diariamente. Além disso, haverá a integração com outros modais, como trens, BRTs e ônibus.
Além dos benefícios para a população, existe ainda uma expectativa de melhoria no meio ambiente, graças à substituição de veículos movidos a diesel, como os ônibus,por meio de transporte de tração elétrica, como o VLT e os trens da SuperVia.
– Veículos movidos a eletricidade geram 60% menos CO2 que automóveis e 40% menos que ônibus – diz o presidente da Odebrecht Mobilidade. Como os meios de transporte consomem apenas 0,4% da energia elétrica do país, há ainda muito espaço para crescimento.
NOVAS VIAS
Investimentos também contemplam novas vias, que deverão garantir maior fluidez ao trânsito da cidade. E, neste caso, são dois os grandes legados: a Transolímpica, nova via de 26 quilômetros que fará a ligação entre o Recreio dos Bandeirantes e Deodoro, reduzindo de 2h e meia para 30 minutos o tempo da trajetória; e o Novo Joá, entre a Barra da Tijuca e a Zona Sul. Iniciada no segundo semestre de 2014, a obra compreende a construção de dois novos túneis paralelos aos já existentes, um viaduto, um elevado, uma ponte, e o alargamento de importantes vias. O Novo Joá aumentará em 35% a capacidade viária da região e deverá ser entregue até o final do primeiro semestre. Hoje, passam por ali 100 mil veículos por dia nos dois sentidos.
Transolímpica: ligação entre Recreio dos Bandeirantes e Deodoro reduz tempo de viagem - Picasa / Divulgação
— O maior desafio não foi o de fazer, mas, sim, o de como fazer esta obra – afirma o engenheiro Rogério Dourado, diretor de contrato do Novo Joá. O projeto buscou interferir o mínimo possível na rotina da população vizinha.
A GRANDIOSIDADE DA TRANSFORMAÇÃO DO RIO
Metrô Linha 4
1.638,50 toneladas de explosivosutilizados entre a Barra e a Gávea, suficientes para, em fogos de artifício, fazer 48 festas de réveillon na orla de Copacabana.
654.835 m³ de concreto usados, o equivalente à quantidade necessária para construir 8 estádios do Maracanã.
1 bilhão e 541 milhões de anos é a idade das rochas escavadas, que são da era neoproterozóica.
Abaixo de 840 metros de rocha da Pedra da Gávea foi construído o túnel entre Barra e São Conrado, o equivalente à altitude de Friburgo, na Região Serrana do Rio.
Transolímpica
100 detonações divididas entre a abertura dos dois túneis e os desmontes de rocha a céu aberto.
177 quadras de tênis poderiam ser construídas com o concreto utilizado na construção do Elevado de Curicica (Gigante de Curicica).
28 Obras de Arte Especiais (OAEs), entre viadutos, elevados pontes e pontilhões foram construídas.
Novo Joá
92.000 m³ de material escavado, volume que preencheria 25 piscinas olímpicas.
28.000 m³ de concreto utilizados, o equivalente ao material necessário para construir dois Museus do Amanhã
260 detonações realizadas para construção dos dois novos túneis.
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