Terminal Rodoviário de Manaus deve passar por reforma até agosto
O fantasma da falta de investimentos e o sucateamento do Terminal Rodoviário de Manaus, no bairro Flores, parece estar perto de ser extinto. Sob administração do governo do estado há dois meses, a previsão é que o terminal seja reformado antes dos Jogos Olímpicos, em agosto de 2016. Contudo, ainda não há informações de quanto será investido na transformação do espaço.
A necessidade de ajustes e reordenação de uma das principais portas de entrada e saída da capital foi analisada na tarde da segunda-feira (16) por representantes do governo, permissionários e empresários do transporte interestadual.
Durante a reunião na sede da Secretaria de Estado de Administração e Gestão (Sead), Zona Centro-Sul, o presidente do Sindicato das Empresas de Fretamento, Flávio W. Candido, argumentou para o secretário Evandro Melo, a necessidade de manter o terminal no local. Melo prevê que as obras sejam concluídas antes da Olimpíada. Empresários e permissionários são unânimes efeiraender a permanência do terminal por se localizar em uma área central e próximo as rodovias estaduais e federal.
"Em outras cidades, a experiência de retirar a rodoviária do centro não foi saudável. O país não está em condições de dispor de recursos de investimentos, então vamos manter e liberar o que nós temos", afirmou Candido.
Os empresários ainda apontaram algumas alterações na estrutura do terminal. Uma das sugestões é disponibilizar espaços diferentes para embarque e o desembarque.
"A população merece coisa melhor. Se você for ao terminal de Presidente Figueiredo, Manacapuru e Itacoatiara vai ver que são melhores que o da capital. Com pouca coisa dá para melhorar o atendimento. Se chover, vamos embarcar gente na chuva, porque não tem espaço para encostar os ônibus nas horas do embarque. Se fizermos uma plataforma segregada para desembarque, você já vai organizar o fluxo de chegada e saída de passageiro”, apontou.
De acordo com estimativas dos empresários do transporte, o fluxo de pessoas que passa pelo terminal diariamente é de aproximadamente 4.200, sendo 3.200 usuários do sistema intermunicipal e 1 mil do interestadual. Operam hoje no local nove empresas de transporte.
"Com a abertura da BR-319, a tendência é aumentar o movimento", afirmou o presidente Candido.
Além das empresas de transporte, a rodoviária comporta também 40 permissionários, que comercializam comida, bebida, revistas, materiais de higiene e aparelhos eletrônicos no espaço. O representante dos trabalhadores, José Raimundo Cordeiro, explicou que a categoria tem se unido para comprar lâmpadas e arcar com pequenas manutenções do espaço.
“Nosso trabalho inicial é organizar os permissionários com as empresas. Primeiro ato é melhorar a parte da iluminação, limpeza e segurança, são os pontos principais”, disse.
o grupo deve se reunir com representantes da Seinfra e da SSP, para propor as mudanças do terminal às necessidades da população. "A médio prazo a rodoviária não sai (não será transferida de local). A ideia é que a gente possa fazer pequenas reformas que precisam ser feitas para adequar a rodoviária a atual necessidade. Os próprios permissionários acham que não é necessário construir uma rodoviária agora, até porque não temos recursos”, disse.
Estado de abandono
Apesar da articulação dos permissionários em manter o tentar manter o terminal limpo e realizar pequenos reparos, a espaço carece de muitos investimentos. Em uma rápida visita ao local, a reportagem flagrou lixo espalhado pelo terminal, falta de iluminação adequada, falta de segurança e muitos usuários descontentes.
“Não tem plataforma suficiente. Deveriam tirar aquele galpão e construir mais plataformas, mais lojas e restaurantes. Poderiam construir um shopping, como é a rodoviária de Goiânia. Aqui precisa de uma reforma geral”, disse o operador de máquina, Felipe Oliveira, 21.
Na imensa lista de reclamações, a sensação de insegurança foi a mais apontada pelos usuários. “Deveria ter uma guarita da PM. De noite é muito perigoso, sempre acontece furto. Sempre tem bêbados que vem incomodar os passageiros”, disse a dona de casa Maria das Graças Silva, 45.
O corredor de embarque e desembarque, é ocupado por ambulantes para expor as mercadorias. “A estrutura é péssima, não tem um ventilador aqui. Televisão nem pensar. E só tem uma plataforma para embarque e desembarque que também é ocupada pelos vendedores”, afirmou uma passageira que não quis se identificar.
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