Trecho de ciclovia onde houve acidente segue sem prazo para reabrir


Trecho suspenso da ciclovia entre São Conrado e Barra da Tijuca: a prefeitura vai anunciar um plano de contingência com procedimentos de segurança - Pablo Jacob




RIO - Um novo trecho da Ciclovia Tim Maia, entre São Conrado e a Barra da Tijuca, será aberto à população no próximo sábado, conforme antecipou o jornalista Ancelmo Gois em sua coluna . Antes da inauguração, em data ainda a ser anunciada, haverá a apresentação do plano de contingência (que deve prever, entre outros itens, o fechamento da via em caso de ressaca). A prefeitura disse que só nessa ocasião informará se foi feito ou não um estudo técnico que ateste a segurança da obra. Já o trecho da ciclovia na Avenida Niemeyer, onde parte da pista desabou em abril após ser atingida por ondas, matando duas pessoas, ainda não tem prazo para ser reaberto, apesar de a reconstrução ter sido concluída: faltam laudos técnicos garantindo não haver risco para os usuários.

A via que será aberta no fim de semana tem 3.100 metros de extensão, 2,20 de largura e é contígua ao Elevado do Joá. Construída pela Norberto Odebrecht, começa no calçadão da Praia de São Conrado, na ciclovia que já havia no local, e chega ao Túnel de São Conrado por uma rampa de 90 metros de extensão, pelo lado esquerdo da pista no sentido Barra. Continua pelo segundo andar do elevado, atravessa o Túnel do Joá e chega à Ponte da Joatinga. Depois, desce por uma nova rampa próxima à Praia dos Amores, fazendo a ligação com a ciclovia que já existia naquele ponto da Barra da Tijuca.

— Fico muito feliz porque, enfim, vou poder pedalar até a Barra da Tijuca. A paisagem é linda, e andar de bicicleta pela ciclovia será incrível, mas confesso que sinto um certo receio. Espero que o percurso ofereça real segurança à população — diz a professora de capoeira Delane Silva, moradora de São Conrado.

TAPUMES PARA REFORÇAR INTERDIÇÃO

No trecho da ciclovia na Niemeyer, entre o Leblon e São Conrado, onde ocorreu o acidente em abril, a interdição continua. Na semana passada, a juíza Cristiana Aparecida de Souza Santos, da 9ª Vara de Fazenda Pública, determinou que a prefeitura só reabra a pista depois que uma perícia, ou da Coppe/UFRJ ou do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), atestar haver total segurança para os usuários. Em nota, o Crea-RJ e a Coppe/UFRJ informaram que ainda não foram notificados oficialmente.

Mas ainda há outra pendência. De acordo com a Secretaria municipal de Obras, a reinauguração do trecho reconstruído depende também de uma batimetria (levantamento topográfico do fundo do mar) que está sendo feita naquele ponto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). O estudo utiliza equipamentos especiais para a medição, que é feita dentro de uma embarcação. De acordo com o presidente do INPH, Domênico Accetta, dois terços da área já foram analisados e o trabalho deverá ser concluído até a primeira quinzena de setembro.

— Este trabalho vai permitir que a prefeitura tenha um controle da situação no que diz respeito às condições adversas do mar — explicou Accetta.

“O TRAUMA FOI GRANDE", DIZ MORADORA

Apesar da interdição, pedestres e ciclistas têm utilizando o trecho. Placas de concreto instaladas na pista, por exemplo, foram removidas diversas vezes por pessoas que queriam usar a ciclovia. A fim de evitar que isso continue acontecendo, a Defesa Civil do município instalou ontem tapumes na pista.

Além disso, a Guarda Municipal está fazendo rondas motorizadas ao longo de toda a Avenida Niemeyer, para coibir o uso irregular da via, especialmente nos pontos de bloqueio, como próximo ao motel VIP’s e no acesso a São Conrado.

— Depois da tragédia que vivenciamos com a queda da ciclovia, fico impressionada com o fato de as pessoas ainda terem coragem de correr ou pedalar na área interditada. Sei que terei receio de passar por ela mesmo depois que for reaberta. O trauma foi grande. Acompanhei tudo de perto — lembra a administradora Célia Regina Gomes Bento, moradora do Leblon.

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