Roubos em ônibus aumentam no Centro e nas zonas Norte e Sul


Roubos em ônibus aumentam no Centro e nas zonas Norte e Sul - Daniel Marenco






RIO - Os registros de roubos praticados dentro de ônibus aumentaram em 11 de 12 delegacias do Centro e das zonas Norte e Sul pesquisadas pelo GLOBO a partir de dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). O levantamento compara o total de casos de janeiro a agosto deste ano com as ocorrências do mesmo período de 2015. Em número absolutos, a estatística mais preocupante é a da 4ª DP (Central): foram 219 assaltos nos oito primeiros meses de 2016, contra 146 no mesmo período do ano passado. Em termos percentuais, o pior resultado é o da 12ª DP (Copacabana), que registrou um aumento de 110% (de 19 para 40 casos).

Outros locais também tiveram um aumento significativo de um ano para o outro. Na 9ª DP (Catete), por exemplo, a estatística de roubos em ônibus subiu 39%. Já na 10ª DP (Botafogo), o crescimento desse tipo de crime chegou a 65%.

Morador de Botafogo, o designer Antônio Peres foi vítima de um assalto dentro de um ônibus no início do mês. Foi o segundo que sofreu este ano.

— Os assaltantes se aproveitam da situação; não há um trabalho efetivo para combater esse tipo de crime — afirmou Peres.

Das 12 delegacias incluídas no levantamento, a única que registrou queda no número de roubos foi a 18ª DP (Tijuca). Segundo registros da unidade, houve redução de 37% de casos (de 56 para 35).

De acordo com a pesquisadora Silvia Ramos, doutora em violência e saúde e professora da Universidade Candido Mendes, um dos fatores que explicam o aumento do número de assaltos é a falta, dentro dos ônibus, de um monitoramento em tempo real das viagens por meio de câmeras, para que bandidos se sintam intimidados:

— Se existisse um monitoramento em tempo real como há, por exemplo, no BRT, pode ter certeza que cairia o número de assaltos. Muita vezes, as câmeras não estão funcionando, e o bandido não se sente intimidado ao cometer o delito. Roubo em ônibus é uma das experiências mais angustiantes que existem, pois a vítima não tem o que fazer. Não dá para achar que isso é algo corriqueiro na cidade. Roubar um passageiro é algo muito grave.

CABINE BLINDADA

Diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinicius Cavalcante defende a instalação de uma proteção blindada para o motorista e de um sistema de travamento de portas para evitar a fuga de bandidos. O sistema, segundo ele, poderia ser acionado pelo próprio motorista.

— Se tivéssemos um sistema assim, como há em Londres, as ocorrências ficariam perto de zero. Com a possibilidade de fuga comprometida, o bandido pensaria duas vezes antes de assaltar. Se esse sistema fosse adotado, não acho que um assalto resultaria em sequestro, pois o criminoso não teria chance de sair livre — afirmou Vinicius.

Procurada, a Rio Ônibus disse que os consórcios colaboram com a polícia nas investigações de assaltos em ônibus, e reafirmou seu compromisso de fornecer às autoridades informações técnicas necessárias para auxiliar no esclarecimento dos crimes. Além disso, ressaltou que as empresas realizam investimentos contínuos para a segurança dos usuários e que os cerca de nove mil ônibus que circulam na cidade têm monitoramento por GPS e pelo menos duas câmeras de vídeo.

A PM informou que busca aprimorar constantemente o policiamento nas ruas e, além dos dados do ISP, usa

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