Calçadão da orla do Leblon vai precisar de reparos


Limpeza. Retirada da areia mobilizou 240 garis na orla desde sábado; a maior parte foi recolocada nas praias, mas 10 toneladas com lixo foram removidas -Guilherme Leporace





RIO - A Avenida Delfim Moreira, no Leblon, teve parte do calçadão danificado após a ressaca que atingiu o litoral do Rio no sábado. O piso em pedra portuguesa cedeu num trecho nas proximidades da Avenida Afrânio de Melo Franco, em frente ao quiosque Riba, formando pelo menos seis buracos. De acordo com Julio Moura, da concessionária Orla Rio, que administra os quiosques, o peso dos tratores usados para retirar a areia acumulada no calçadão teria causado o afundamento. A Defesa Civil do município, por sua vez, deu outra versão. Segundo o órgão, o piso cedeu por causa da força da ressaca, que removeu parte da areia usada na fixação do piso em pedra portuguesa. Júlio Moura acrescentou que a força das omdas também deslocou o quiosque de posição:

— Entrou muita água no subsolo do quiosque. Com isso, a areia embaixo se moveu . Já isolamos a área e não existe risco de o piso ceder em outros lugares. Vamos consertar o mais rapidamente possível e dar todo apoio para que o quiosque Riba volte a funcionar.

No Mirante do Leblon, um trecho que teve parte da estrutura de madeira arrancada pela ressaca permanece interditado por faixas da Defesa Civil. De acordo com a Secretaria de Conservação, nos dois casos, os danos teriam sido superficiais, mas não há prazo para o fim dos reparos.

CICLOVIA FOI INTERDITADA



Danos. Ressaca deixou pelo menos seis buracos em trecho do calçadão - Márcia Foletto




O subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, explicou que as ondas atingiram a orla no sentido sudoeste — o que intensifica os efeitos na Zona Sul. Segundo Motta, desta vez não ocorreram danos estruturais na Ciclovia Tim Maia — tanto no trecho entre a Barra da Tijuca e São Conrado, que ficou interditado por causa da ressaca, quanto no trecho entre o Leblon e São Conrado, que permanece bloqueado ao público desde o acidente que provocou a morte de duas pessoas em abril.

— No caso da Delfim Moreira, a ressaca lavou o calçadão, levando a areia que ajuda a fixar as pedras. No Mirante do Leblon, a estrutura em concreto que sustenta o deque não foi comprometida. Mas o piso em madeira vai precisar de reparos — acrescentou Márcio.

Os sócios do quiosque Riba, que pediram para não ser identificados, lamentaram o ocorrido e falaram sobre os prejuízos:

— Ainda não temos noção do prejuízo, pois a ressaca inundou todo nosso subsolo. Os alimentos e equipamentos ficaram boiando. Já conseguimos tirar quase toda a água, mas ainda não tem luz para mensurarmos o que realmente aconteceu. O provável é que tenhamos que reformar tudo e comprar todos os equipamentos novamente.

A pista da Avenida Delfim Moreira mais próxima ao calçadão, que geralmente é fechada aos domingos para a área de lazer, estava aberta ao tráfego de veículos neste domingo devido ao esquema especial de trânsito para as eleições municipais. Em frente ao quiosque onde parte da calçadão cedeu, ciclistas e pedestres se arriscavam em meio a ônibus e carros.

— É um absurdo a prefeitura não ter colocado cones para separar os carros das pessoas. Está muito perigoso e não fomos avisados. Uma parte da ciclovia está funcionando, mas, ao chegarmos mais adiante, encontramos ela fechada. Ficamos sem alternativa — reclamou a aposentada Maria do Carmo, de 69 anos, que fazia sua caminhada matinal.

A previsão da Comlurb era concluir a retirada da areia que invadiu a Delfim Moreira até o fim da noite de domingo. O serviço mobilizou 240 garis em toda a orla desde sábado. Boa parte da areia foi recolocada nas praias, mas cerca de 10 toneladas que estavam misturadas ao lixo foram removidas.

No domingo pela manhã, no Mirante do Leblon, mesmo com as fortes ondas, curiosos se arriscavam para tirar fotos no trecho não comprometido pela ressaca. Segundo a Marinha, o mar continua agitado até as 10h de hoje, mas o aviso de ressaca foi atualizado com estimativa de ondas de até 3 metros no litoral do Rio de Janeiro. No sábado, elas chegaram a 4 metros.

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