Usuários do Bilhete Único fazem contas para reajuste anunciado no RJ


Bilhete único terá sofrerá mudanças tarifárias - Analice Paron / Carmella diogines




O pacote de medidas do governo, lançado na sexta-feira (5), prevê aumento de impostos e diminuição de benefícios. Os trabalhadores que usam Bilhete Único, por exemplo começam a fazer as contas de como vai ficar a vida deles, se a Assembleia Legislativa (Alerj) aprovar as mudanças propostas pelo Governo do Rio de Janeiro.

Uma delas reajusta a tarifa de R$ 6,50 para R$ 7,50. Um aumento de 15,68%, quase três vezes a inflação acumulada de janeiro a setembro, que foi de 5,51%. Ou seja, antes, o valor de R$ 6,50 dava direito a duas passagens. Com a mudança, esse valor passará a ser R$ 7,50.

“Sempre sobra para o nosso bolso”, disse uma usuária ouvida pelo RJTV.

Como a medida, o governo do estado pretende economizar R$ 228 milhões. E quem vai pagar a conta é o patrão ou o empregado.

“Só piora, só piora, só piora”, reclamou outra usuária do transporte público.

A lei atual do Bilhete Único não permite um reajuste tão grande. Ela vai precisar ser modificada pela Alerj. Se o preço das conduções que um passageiro pega soma, por exemplo, R$ 11,20, e ele usa um Bilhete Único intermunicipal, só vai pagar R$ 7,50.

A diferença, de R$ 3,70, é o estado quem paga. Ida e volta, são R$ 7,40 por dia. No mês todo, dá R$ 162,80. Mas se o estado só cobrir R$ 150, como prevê o teto incluído na medida, os outros R$ 12,80 vão ser pagos pelo usuário ou pelo empregador.

“A empresa não vai poder arcar. Aí vou ter que usar do meu”, argumentou mais um trabalhador com medo de ser afetado pelo reajuste.

Em outra medida polêmica, moradores de Paquetá e Ilha Grande, que hoje viajam de graça nas barcas, passarão a pagar R$ 2,80 de passagem.

O governo também quer o fim da integração van-van, que normalmente tem tarifa mais cara.

“Nós queremos continuar oferecendo o benefício. Não fazer nada significaria o risco de o Bilhete Único acabar e aí seria subsídio zero, seria auxílio zero e retornaríamos a 2009, onde de fato a distância do transporte era o fator de decisão da empregabilidade, que o Bilhete Único retirou esse fator de decisão e, agora sim, a gente tem um impacto nisso. Mas é o menor impacto possível para continuar tendo o benefício”, explica Rodrigo Vieira, secretário estadual de Transportes.

“Vai aumentar isso, vai aumentar aquilo outro. O custo é todo pros pequenos”, reclama o pintor Nelson Macedo da Silva.

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