Futuro governo não concorda com aumento dos ônibus no Rio


Futuro secretário de Transportes, Mac Dowell nega ter concordado com reajuste prometido por Paes - Marcelo Theobald



RIO - O futuro secretário municipal de Transportes e vice prefeito eleito do Rio, Fernando Mac Dowell, divulgou nota na tarde desta sexta-feira afirmando que a futura administração é contra o reajuste das tarifas de ônibus no Rio, possivelmente de R$ 3,80 para R$ 3,95, o prefeito Eduardo Paes na manhã de sexta-feira em entrevista à rádio CBN. Paes disse que decidiu dar o reajuste após consultar Crivella. Fernando Mac Dowell negou essa versão.

Mac Dowell disse que vai respeitar a decisão de Paes, mas que discorda da medida. Mac Dowell, no entanto, não antecipou se o aumento será revisto após Crivella assumir:

— Depois de almoçar na quarta feira com o prefeito Paes, Crivella me consultou sobre o aumento da passagem. Na quinta eu e ele tentamos, mas não conseguimos falr de volta com o prefeito. Hoje soubemos pelos jornais do aumento — disse o futuro secretário.

Segundo Fernando Mac Dowell um dos motivos para a queda do volume de passageiros nos coletivos da cidade se deve ao custo da tarifa que considera elevada enquanto que a renda da população tem caído.

— Achar que aumentar a tarifa significa melhorar a receita é um pensamento equivocado. Ocorre justamente o contrário por ampliar os problemas sociais — disse Mac Dowell. Ele acrescentou: — Não adianta fazer reajuste neste momento de crise, pois aumentará a redução de passageiros transportados.

O futuro secretário citou uma pesquisa feita pela Fetranspor em 2004 na qual 46% dos usuários disseram que muitas vezes deixam de viajar nos coletivos devido ao preço da tarifa. Na época, lembrou, o custo da tarifa respondia por uma queda de 30% na demanda.

Mac Dowell lembrou ainda que a implantação dos corredores de BRT gerou uma redução de 31% no custo de operação do sistema , que não foi repassado para os usuários:

— Esta redução também foi constatada no BRT TransMilênio em Bogotá, que serviu de modelo para o sistema implantado no Rio. Em Bogotá, a redução do custo foi repassada para a tarifa, beneficiando a população e o próprio sistema, evitadndo assim a queda da demanda — disse na nota.

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