RIO Estado promete reabrir centros de referência para mulheres vítimas de violência este mês
09 de Mar 2017 | 18h30 -Centro de atendimento à mulher vítimas de violência em Nova Iguaçu, que está fechado - Domingos Peixoto (18.04.2008)
RIO - O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Fernandes, garantiu nesta quarta-feira, Dia Internacional da Mulher, que no dia 24 deste mês serão reabertos os Centros Integrados de Atendimento à Mulher (Ciam) de Queimados e o de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, assim como o do Centro do Rio passará por melhorias no atendimento.
— Por conta da crise, quando assumi a secretaria, encontrei praticamente todos os centros fechados. O Márcia Lyra vamos tocar sozinhos. Já em relação aos centros de Queimados e Nova Iguaçu, entramos em acordo com as prefeituras para nos ajudar a pagar o custo com pessoal e manutenção, com objetivo de voltarmos a prestar o atendimento da forma adequada — diz ele.
Dos quatro centros de referência para vítimas de violência e discriminação que tinha, apenas um funciona efetivamente, o Márcia Lyra, no Centro. A Casa da Mulher de Manguinhos foi a primeira a fechar, ainda no primeiro semestre de 2016. Já no último dia 31 de janeiro, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) de Queimados, que operava precariamente, também encerrou suas atividades.
Ele atendia, em média, 220 mulheres por mês. Mas os problemas já se arrastavam. De acordo com as normas técnicas, cada Ceam deveria ter duas psicólogas, duas advogadas e duas assistentes sociais na equipe, mas apenas o Ceam do Centro tinha equipe desse porte. Em Queimados, havia uma profissional de cada especialidade, além de uma acolhedora, responsável pelo primeiro atendimento às mulheres violentadas, uma funcionária administrativa e uma coordenadora. Nos últimos meses de funcionamento, após o desmonte que teve início em 2015, havia duas técnicas e a coordenadora.
Situação de desmantelamento parecida com a do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (Ciam) Baixada, em Nova Iguaçu. Atualmente, ele conta com apenas duas funcionárias, que trabalham em salas cedidas pela prefeitura da cidade. O prédio em que operava antes, no Bairro da Luz, inaugurado em 2008, fechou para obras, com promessas de recursos do programa estadual Via Lilás. No entanto, ainda não a previsão para que a reforma aconteça.
O secretário admite, porém, que atualmente não há planos de expandir a rede, diante da derrocada financeira do Rio. Na capital, no entanto, a proposta da secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Bergher, é aumentar as opções de acolhimento às mulheres vítimas de violência. Ela lembra que, hoje, a cidade conta com quatro equipamentos: o Ceam Chiquinha Gonzaga, no Centro, duas casas de capacitação profissional para mulheres, em Realengo e em Madureira, além de uma casa abrigo Cora Coralina, com endereço sigiloso, para receber aquelas ameaçadas de morte.
— Mas ainda é pouco diante da gravidade do problema. Nosso centro de recepção dessas mulheres, por exemplo, é o Chiquinha Gonzaga. Mas imagina como uma mulher vai sair de Campo Grande, por exemplo, para fazer uma denúncia no Centro? Muitas vezes, elas desistem. Precisamos ampliar esse trabalho — diz ela, propondo inclusive um aplicativo de celular para facilitar o acesso à rede de proteção.
Em Cabo Frio, a nova gestão municipal retomou as atividades do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) do bairro Braga, depois de meses fechado. Atualmente, conta com uma equipe multidisciplinar com profissionais de advocacia, pedagogia, assistência social, psicologia e orientação social, além de uma motorista.
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