Dados informam que São Paulo tem menos ônibus em circulação



 Ônibus; o número médio de ônibus em circulação este ano vem caindo a cada mês (Fabio Arantes/SECOM/Divulgação)




 A prefeitura de São Paulo registrou, desde o início do ano, a menor frota de transporte coletivo de toda a série histórica que começou em 2006.


 A média mensal de ônibus e micro-ônibus nos quatro primeiro meses de 2017 chegou a 14.512 veículos, segundo dados do órgão responsável por administrar o transporte público na maior cidade do país, a SPTrans. O número fica abaixo do de 11 anos atrás, quando a média alcançou 14.761 veículos em circulação para o ano inteiro.



 Em nota, a SPTrans explicou que a variação da frota ocorre em função de ajustes operacionais e argumentou que, apesar da redução no número de veículos, aumentou a capacidade de transporte de passageiros, já que ônibus menores estão sendo substituídos por veículos maiores, como os biarticulados



. Os números oficiais mostram que, em abril de 2006, a frota tinha capacidade para 958 mil passageiros. Em abril deste ano, esse número chegou a 1,153 milhão de pessoas. Um aumento de quase 20% na capacidade De outro lado, em 11 anos, também aumentou o número de usuários do sistema, com acréscimo de 10%, aproximadamente.



 Em todo o ano de 2006, foram transportados 2,661 milhões de passageiros. Nos 12 meses do ano passado, esse número chegou a 2,915 milhões de pessoas. Até abril deste ano, já tinham sido transportadas 917 mil pessoas



. Os números das planilhas oficiais são sentidos na prática por quem anda de ônibus na maior cidade do país. Cinelly dos Anjos, que é empregada doméstica e precisa pegar até três ônibus todos os dias para chegar ao trabalho, relaciona a redução do número de veículos com a queda na qualidade do serviço: “Por causa do tempo que você espera. Você espera muito, sabe? É uma falta de respeito com a gente, que paga muito caro pra andar mal dentro desses onibus apertados”.



 O número médio de ônibus em circulação este ano vem caindo a cada mês. Entre janeiro e abril, pelo menos 235 ônibus deixaram de circular.



 A redução dos ônibus em circulação ocorre ao mesmo tempo que aumentou a dívida da prefeitura com as empresas de transporte. Somente a parcela decorrente do subsídio da prefeitura às passagens de ônibus saiu de R$ 242,5 milhões reais no final do ano passado para R$ 324,1 milhões. Um aumento de mais de 35%.

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