Obra da Transoceânica em Niterói fica R$ 32 milhões mais cara


As obras de macrodrenagem na Região Oceânica serão iniciadas no mesmo ponto onde está sendo implantado o corredor BHS da Transoceânica, em frente ao Itaipu Multicenter - Analice Paron




 NITERÓI - Uma das 127 exigências ambientais feitas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para autorizar a Transoceânica terá um custo alto: R$ 32,1 milhões.


A obra, que começará em 3 de julho, criará um sistema de macrodrenagem para o Morro do Jacaré, maciço próximo ao shopping Itaipu Multicenter, na Estrada Francisco da Cruz Nunes, que resolverá problema histórico de alagamentos na Região Oceânica.


Apesar de ser uma exigência do Inea em relatório publicado em março de 2014, antes da licitação da Transoceânica, em junho do mesmo ano, a intervenção será feita por meio de um aditivo ao contrato. Os R$ 32,1 milhões representam mais de 10% do valor inicial da obra, de R$ 310 milhões.


Este já é o sétimo aditivo ao contrato firmado pelo município com o Consórcio Transoceânica (Constran).


 Somando todos eles, o custo salta, atualmente, para R$ 417,6 milhões — 17,6% a mais do que o valor inicial atualizado, de R$ 355,1 milhões, corrigido pelos apostilamentos, uma revisão periódica de valores feita por meio de fórmula já prevista em contrato, sem acréscimos de itens e outras mudanças.



 A prefeitura alega que a obra de macrodrenagem do Jacaré não entrou na licitação da Transoceânica porque as condicionantes ambientais do Inea “foram recebidas seis meses após a contratação da obra, que foi feita a partir da licença prévia do órgão”. Acrescenta que, “sobre o novo termo aditivo, é a opção de menor impacto logístico e financeiro no cronograma geral da obra.” 



 O prefeito Rodrigo Neves (PV) afirma que a intervenção será a maior obra deste tipo já realizada na região, mas alerta que ela trará ainda mais transtornos ao trânsito. — É a etapa final do corredor da Transoceânica, a mais complexa de todas — afirma Rodrigo.


— Como toda obra que fazemos em nossas casas, vai causar transtornos. Nós estamos construindo uma infraestrutura nos bairros da região após décadas de falta de investimento.


Não é apenas jogar um asfalto. Na prática, a intervenção criará um cinturão de galerias para águas pluviais que ficará ao redor da Francisco da Cruz Nunes no trecho entre a Rua Átila Nunes e pouco além do Shopping Piazza. Nesses pontos, as galerias se integrarão à rede já instalada.



 De acordo com a prefeitura, a obra reduzirá alagamentos e ajudará a solucionar os problemas de enchentes no loteamento Santo Antônio.  

O traçado da nova galeria - Prefeitura de Niterói


— Quando chove, as águas descem do maciço e vêm em direção à Francisco da Cruz Nunes. Aí alaga, como alagou ontem (última terça-feira). Pior ainda, tem um loteamento atrás do Cisp, o Santo Antônio, que é uma área que não deveria ter sido loteada, mas foi, há 40 anos — afirma Rodrigo. — É uma área de brejo.



Quando chove, o bairro fica submerso. Destrói as casas e os móveis das pessoas. O prefeito acrescenta que as obras não impedirão alagamentos no loteamento, mas serão o primeiro passo para resolver o problema. Segundo ele, a macrodrenagem vai permitir que a prefeitura crie um sistema de microdrenagem e asfalte o loteamento.



 O presidente do Conselho Comunitário da Região Oceânica (Ccron), Gonzalo Peres, elogiou a execução das melhorias, mas se queixa de falta de transparência, lembrando que a prefeitura não apresentou o projeto total da obra: — Eu espero que eles façam um trabalho de conserto.



Mas precisamos esperar para ver o que eles vão fazer. O que eles apresentaram para a comunidade foi um resumo do que será feito. O prefeito reconhece que esta fase final das obras será a que mais afetará a vida dos moradores da Região Oceânica.


 De acordo com Rodrigo, a opção por começar em julho foi tomada para tentar diminuir o impacto viário, adiantando parte das obras durante as férias escolares. 


MUDANÇA NO TRÂNSITO

 Com o início da obra, serão necessárias alterações em pontos da Francisco da Cruz Nunes e da Avenida Almirante Tamandaré. Na primeira etapa, que começa no dia 3, o trecho entre o Motel Status e o Shopping Piazza, na Francisco da Cruz Nunes, terá as quatro faixas sentido Itaipu interditadas.


O trânsito será operado nas quatro faixas sentido Centro, sendo as duas principais destinadas aos motoristas que seguem para Itaipu, e as duas auxiliares para aqueles que seguem em direção ao Centro. O ponto de ônibus em frente ao McDonald’s será deslocado para a altura da creche escola Me Ninar.



A execução desta primeira fase tem previsão de três meses. — Os acessos aos estabelecimentos comerciais neste trecho serão analisados caso a caso. Durante todo o período da obra, haverá acesso permanente para os moradores de um condomínio localizado no trecho — diz o secretário municipal de Obras, Vicente Temperini.


 Duas semanas depois do início das obras, outro trecho, entre o shopping Piazza e a Cultura Inglesa, sofrerá intervenções. Serão interditadas as pistas sentido Itaipu da Francisco da Cruz Nunes, e a operação do trânsito seguirá o mesmo esquema da primeira fase.


O ponto de ônibus próximo ao posto de gasolina Cancun será deslocado e ficará próximo à Cultura Inglesa. Para o ponto em frente à Rua Madri será criada uma baia de acesso dos coletivos e embarque de passageiros, na mesma direção.


 A previsão de duração desta fase é de quatro meses. No dia 24 de julho começará a terceira fase da obra, quando haverá interdição das duas faixas, no sentido trevo, da Avenida Almirante Tamandaré, no trecho entre o posto de gasolina BR e a rótula do Multicenter.


O trânsito será desviado pelas ruas internas do bairro. Neste caso, os motoristas deverão acessar a Rua José Dantas Freire Filho, virar à esquerda na Rua dos Acadêmicos, contornar a Praça do Descobrimento e continuar seguindo pela Rua dos Acadêmicos até a Estrada Francisco da Cruz Nunes.



 Os trabalhos nesta terceira fase também têm previsão de quatro meses. Já a quarta e última etapa da obra de macrodrenagem começará em outubro e será realizada, provavelmente em quatro meses, ainda no trecho entre a rótula do Multicenter até a Cultura Inglesa.

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