Para evitar transtornos no trânsito, militares priorizam concentração no Arco Metropolitano e na Av. Brasil
Exército faz blitz, no início da manhã desta segunda-feira, no Arco Metropolitano, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense - Pablo Jacob
RIO - Após afirmar no último domingo que poderia haver "retirada total" das tropas militares das ruas já a partir desta segunda-feira, o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Roberto Itamar Plum, disse que hoje as tropas focaram sua presença no Arco Metropolitano e na Avenida Brasil para "evitar transtornos"
com o trânsito nas demais áreas da cidade. Por isso, a presença seria menor em outros locais, em relação a dias anteriores. — Hoje as tropas estão concentradas, principalmente, no Arco Metropolitano e na Avenida Brasil, para evitar transtornos da população com o trânsito — afirmou. 
De acordo com o coronel, o trabalho inicial de recolhimento de dados já foi quase concluído. Agora os dados estão em análise, já numa preparação para a segunda fase da operação, que não teve a data revelada. — Pode acontecer a qualquer momento — disse o porta-voz.
Roberto Itamar também confirmou que o objetivo é que operações ocorram sob o "fator surpresa", por meio da integração de órgãos de segurança pública de diferentes esferas.  — Claro, é esse o obejtivo (realizar operações-surpresa). Já começamos no dia de hoje a planejar uma segunda fase com base no trabalho de inteligência integrado com os demais órgãos de segurança pública federais, estaduais e municipais para que se possa, através do elemento surpresa, que é o principal para nós, atingir o crime organizado na sua infraestrutura — disse.
Segundo o coronel, o efetivo continuará o mesmo. No entanto, hoje não foram às ruas todos os homens empregados. Ele disse que o esforço, agora, está concentrado na análise dos dados que foram obtidos nos últimos dias para preparar a próxima fase: — Continua nosso efetivo de 8,5 mil militeres das Forças Armadas empregados à disposição das operações.
Entretanto, hoje não há necessidade de todo esse efetivo nas ruas na busca desse complemento das informações já obtidas nas operações do fim de semana. O esforço agora é trabalhar os dados obtidos para que possamos planejar com eficência as operações futuras.
35 MIL MILITARES
Cerca de 35 militares do Exército realizam, desde as 6h desta segunda-feira, abordagens a motoristas que passam nos dois sentidos do Arco Metropolitano, altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No local, há ainda um blindado, uma ambulância e três caminhonetes da corporação. Por volta das 9h, um carro ocupado por três homens foi revistado.
No veículo, havia um cigarro de maconha, além de uma pequena quantidade prensada da mesma droga. Dois dos ocupantes do automóvel identificaram-se como usuários. — Estamos fazendo esse mesmo trabalho desde sexta. Ontem (domingo) também apreendemos uma pequena quantidade de maconha — contou um dos militares que participam da ação.
A operação conta com apoio da maior parte dos motoristas que passam pelo local. Um deles, que passou buzinando, gritou: "Tem que meter bronca mesmo".
QUADRILHAS NO ARCO
Um dos objetivos da presença militar no Arco Metropolitano é conter a ação das quadrilhas de roubos de cargas. As Forças Armadas têm em mãos dossiês sobre os três principais grupos que atuam na via — dois na Baixada Fluminense e um terceiro, em São Gonçalo —, com dados sobre integrantes de cada bando, horários e locais onde a maior parte dos crimes acontece e rotas de fuga.
Com a intenção de coletar informações sobre as quadrilhas, Um dia antes do anúncio do reforço na segurança do Rio, militares do Serviço Reservado da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em Realengo, entraram em contato com representantes do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio (Sindicarga) e da Secretaria de Segurança.