Temer garante que índice de roubo de cargas diminuiu em dois dias

Estamos no Rio de Janeiro acompanhando o trabalho das forças federais no estado', diz Temer em seu twitter - Reprodução / Twitter
RIO E BRASÍLIA - Em um pronunciamento relâmpago às vésperas de ter sua denúncia de corrupção passiva apreciada pelos deputados federais, o presidente Michel Temer reuniu ministros e autoridades do Rio para dizer que a operação das tropas federais, iniciada na última sexta-feira, já “diminuiu enormemente o índice de criminalidade, especialmente no tópico do roubo de cargas”.
Temer não apresentou números na ocasião, mas um levantamento nos registros da Polícia Civil mostram que as ocorrências desse crime, embora ainda muito elevadas, caíram: houve 30 roubos de carga na sexta-feira e no sábado, contra 43 ocorrências nos mesmos dias da semana passada, uma redução de 30%.
A operação de tropas federais no Rio começou na última sexta-feira por volta de 14h. O diretor de Segurança do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Rio (Sindicarga), Venâncio Moura, no entanto, disse que, entre seus associados, esse número não caiu, registrando 17 neste fim de semana. Dado que, segundo ele, não destoa da média.
— Para nós não houve mudança. Os casos estão dentro da média do fim de semana — explicou Moura, especialista no assunto e responsável pelas ações do setor para tentar reduzir os índices desse crime no estado.  O último mês de junho, por exemplo, teve 982 registros de roubo de carga, 40,7% a mais que os 698 de junho do ano passado.
 Presidente Michel Temer, ao lado do ministro da Economia, Henrique Meirelles, do ministro da Justiça, Torquato Jardim, e do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão - Domingos Peixoto
Veja o pronunciamento:  
Sem responder a perguntas e limitando-se a um pronunciamento de seis minutos, Temer não adiantou detalhes da operação. Disse apenas que “a segunda fase cuidará do combate mais direto às organizações criminosas, a questão das armas”.
Ao seu lado estavam quatro ministros: Raul Jungmann, da Defesa, Torquato Jardim, da Justiça, Henrique Meirelles, da Fazenda, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. O governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Marcelo Crivella também acompanharam Temer.
Ao longo de seu discurso, o presidente garantiu que as ações federais foram longamente planejadas. Segundo ele, as primeiras reuniões começaram “há seis, cinco meses”. — Toda essa discussão que se deu tinha por base a ideia da integração dos setores de inteligência. Fossem das Forças Armadas, da Polícia Federal, da PRF, da Polícia Militar, da Polícia Civil, dos variados setores.
Os órgãos de inteligência pouco se comunicavam — disse Temer, que declarou não ter autorizado operações pontuais antes por acreditar na ineficiência do que chamou de “gestos episódicos”. — Você coloca eles por uns dias, um mês, que seja, pacifica, resolve durante um mês, dois meses, e depois desanda ainda mais.
Como já vinha sendo anunciado por autoridades federais, Michel Temer observou que a ação das tropas deve continuar em 2018 ou até se prolongar por mais tempo: — Nada impedirá que no começo do ano nós renovemos esse decreto para fazê-lo vigorar até o final de 2018.
Tudo isso poderá indicar que a ação conjunta dessas forças de segurança pode se ampliar para os anos seguintes. 
Carro blindado do Exército estacionado no Largo do Machado - Domingos Peixoto
CHEFES DO TRÁFICO
Além dos arsenais, nas próximas fases a operação vai mirar nos líderes do tráfico de drogas. As tropas federais e estaduais já estão fazendo um levantamento para cumprir mandados de prisão em aberto. A ideia é prender de vez líderes que, de longe, controlam o comércio de drogas e promovem o contrabando de armas. — Vamos prender os cabeças. Temos que ir para cima de quem tem o comando e o controle — disse uma das autoridades que está à frente da operação militar que está sendo chamada de “O Rio quer segurança e paz”.
Segundo essa autoridade, a ideia não é cumprir todos os mandados de prisão. Isso poderia criar mais problemas para o já deficiente sistema penitenciário. O foco é tirar de circulação criminosos de peso na venda e distribuição de armas.
Procurado , O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sergio Westphalen Etchegoyen, disse que não falaria sobre ações pontuais, mas adiantou que que a operação não se limitará ao Rio de Janeiro: — Estamos fazendo um trabalho contra o crime organizado no Brasil, contra o crime transnacional.
Começa pelo Rio onde a situação é aguda, é crítica. Ontem, pouco depois da reunião de autoridades, o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar, afirmou que, na segunda fase da operação, pode haver “retirada total” das tropas militares das ruas a partir de hoje, se “atingidos os objetivos de reconhecimento e ambientação” das tropas.
O já havíamos mostrado que, após uma etapa de reconhecimento, haveria redução do patrulhamento de forças federais. — Se necessário, continuaremos com as ambientações — disse o coronel.
Estamos no Rio de Janeiro acompanhando o trabalho das forças federais no estado', diz Temer em seu twitter - Reprodução / Twitter
RIO E BRASÍLIA - Em um pronunciamento relâmpago às vésperas de ter sua denúncia de corrupção passiva apreciada pelos deputados federais, o presidente Michel Temer reuniu ministros e autoridades do Rio para dizer que a operação das tropas federais, iniciada na última sexta-feira, já “diminuiu enormemente o índice de criminalidade, especialmente no tópico do roubo de cargas”.
Temer não apresentou números na ocasião, mas um levantamento nos registros da Polícia Civil mostram que as ocorrências desse crime, embora ainda muito elevadas, caíram: houve 30 roubos de carga na sexta-feira e no sábado, contra 43 ocorrências nos mesmos dias da semana passada, uma redução de 30%.
A operação de tropas federais no Rio começou na última sexta-feira por volta de 14h. O diretor de Segurança do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Rio (Sindicarga), Venâncio Moura, no entanto, disse que, entre seus associados, esse número não caiu, registrando 17 neste fim de semana. Dado que, segundo ele, não destoa da média.
— Para nós não houve mudança. Os casos estão dentro da média do fim de semana — explicou Moura, especialista no assunto e responsável pelas ações do setor para tentar reduzir os índices desse crime no estado.  O último mês de junho, por exemplo, teve 982 registros de roubo de carga, 40,7% a mais que os 698 de junho do ano passado.
 Presidente Michel Temer, ao lado do ministro da Economia, Henrique Meirelles, do ministro da Justiça, Torquato Jardim, e do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão - Domingos Peixoto
Veja o pronunciamento:  
Sem responder a perguntas e limitando-se a um pronunciamento de seis minutos, Temer não adiantou detalhes da operação. Disse apenas que “a segunda fase cuidará do combate mais direto às organizações criminosas, a questão das armas”.
Ao seu lado estavam quatro ministros: Raul Jungmann, da Defesa, Torquato Jardim, da Justiça, Henrique Meirelles, da Fazenda, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. O governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Marcelo Crivella também acompanharam Temer.
Ao longo de seu discurso, o presidente garantiu que as ações federais foram longamente planejadas. Segundo ele, as primeiras reuniões começaram “há seis, cinco meses”. — Toda essa discussão que se deu tinha por base a ideia da integração dos setores de inteligência. Fossem das Forças Armadas, da Polícia Federal, da PRF, da Polícia Militar, da Polícia Civil, dos variados setores.
Os órgãos de inteligência pouco se comunicavam — disse Temer, que declarou não ter autorizado operações pontuais antes por acreditar na ineficiência do que chamou de “gestos episódicos”. — Você coloca eles por uns dias, um mês, que seja, pacifica, resolve durante um mês, dois meses, e depois desanda ainda mais.
Como já vinha sendo anunciado por autoridades federais, Michel Temer observou que a ação das tropas deve continuar em 2018 ou até se prolongar por mais tempo: — Nada impedirá que no começo do ano nós renovemos esse decreto para fazê-lo vigorar até o final de 2018.
Tudo isso poderá indicar que a ação conjunta dessas forças de segurança pode se ampliar para os anos seguintes. 
Carro blindado do Exército estacionado no Largo do Machado - Domingos Peixoto
CHEFES DO TRÁFICO
Além dos arsenais, nas próximas fases a operação vai mirar nos líderes do tráfico de drogas. As tropas federais e estaduais já estão fazendo um levantamento para cumprir mandados de prisão em aberto. A ideia é prender de vez líderes que, de longe, controlam o comércio de drogas e promovem o contrabando de armas. — Vamos prender os cabeças. Temos que ir para cima de quem tem o comando e o controle — disse uma das autoridades que está à frente da operação militar que está sendo chamada de “O Rio quer segurança e paz”.
Segundo essa autoridade, a ideia não é cumprir todos os mandados de prisão. Isso poderia criar mais problemas para o já deficiente sistema penitenciário. O foco é tirar de circulação criminosos de peso na venda e distribuição de armas.
Procurado , O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sergio Westphalen Etchegoyen, disse que não falaria sobre ações pontuais, mas adiantou que que a operação não se limitará ao Rio de Janeiro: — Estamos fazendo um trabalho contra o crime organizado no Brasil, contra o crime transnacional.
Começa pelo Rio onde a situação é aguda, é crítica. Ontem, pouco depois da reunião de autoridades, o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar, afirmou que, na segunda fase da operação, pode haver “retirada total” das tropas militares das ruas a partir de hoje, se “atingidos os objetivos de reconhecimento e ambientação” das tropas.
O já havíamos mostrado que, após uma etapa de reconhecimento, haveria redução do patrulhamento de forças federais. — Se necessário, continuaremos com as ambientações — disse o coronel.