Praia da Bica, na Ilha do Governador, está balneável desde janeiro
Em 11 dos 13 boletins elaborados entre janeiro e agosto, Praia da Bica aparece própria para banho - Marcelo de Jesus
RIO — As análises da qualidade da água nas praias da Ilha do Governador feitas este ano (entre janeiro e agosto) trazem alguma esperança de renovação para o litoral insulano, que há décadas sofre com a poluição na Baía de Guanabara.
Os boletins de balneabilidade registraram os melhores resultados dos últimos dez anos em algumas praias — desde o início da série histórica divulgada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A Praia da Bica, uma das mais frequentadas da Ilha, revela a perspectiva mais animadora. A água está própria para banho desde o fim de janeiro, no trecho em frente à Rua Henrique Lacombe.
O resultado foi positivo em 11 dos 13 boletins. No mesmo período do ano passado não houve medição positiva. Em 2015, esteve balneável em apenas dois de 14 boletins.
As praias da Ilha, assim como as de outros bairros do Rio, sofrem o impacto direto da poluição que chega diariamente à Baía de Guanabara, principalmente através de rios e galerias de águas pluviais contaminadas por despejo irregular de esgoto.
Mas há também os contribuintes internos, como as chamadas línguas negras, que afetam diretamente os locais onde há despejo.  Na Praia da Bica a melhoria ocorreu depois que foram combatidos esses poluidores locais, segundo Leonardo Daemon, coordenador de Monitoramento de Qualidade Ambiental do Inea.
 Praia da Guanabara registrou melhoras, mas índice de poluição ainda é crítico - Marcelo de Jesus
— Foram realizadas intervenções como a construção de uma galeria de cintura para captar as saídas das galerias de águas pluviais que extravasavam nas areias da praia, o que contribuiu para a melhoria da balneabilidade — explica Daemon.
O tronco coletor de esgoto extinguiu seis línguas negras que saíam na praia. Daemon aposta numa perspectiva de melhora, mas lembra que os resultados estão sujeitos a variações climáticas como chuvas e correntes marítimas dentro da Baía de Guanabara. 
— Os resultados da Praia da Bica devem se manter estáveis — afirma o coordenador, que faz uma ressalva: — Estamos no período seco, de poucas chuvas, o que favorece os resultados de balneabilidade das praias. Mas nem tudo é tão positivo por ali. Na Bica, existem dois pontos de medição.
Em outro trecho da praia, em frente à Rua Uçá, os resultados não são bons. No local, a balneabilidade só esteve recomendada em três dos 13 boletins. A explicação, justifica Daemon, é que o canto da praia foi menos coberto pelo cinturão.
Se a melhora das águas se mantiver, a Praia da Bica terá tudo para voltar ao gosto dos frequentadores: quiosques, ciclovia, uma vista ímpar da entrada da Baía, do Pão de Açúcar e todo o contorno das montanhas do Rio.
Em terra, porém, a conservação é precária. Na última terça-feira, dia de chuva, havia muita sujeira acumulada na areia e no cantão, entre as pedras. Além da Bica, a área próxima ao Iate Clube Guanabara e a Praia da Guanabara apresentaram este ano os melhores resultados para o período de janeiro a agosto em toda a série histórica.
Embora estejam melhores do que no passado, o nível de poluição ainda é crítico nos dois lugares — só estiveram apropriadas para banho em 30% das análises. As três praias com melhores condições estão localizadas, geograficamente, mais de frente para a entrada da Baía de Guanabara.
Consequentemente, estão mais expostas à entrada de água limpa vinda do oceano. No restante da orla, o que inclui todo o litoral voltado para dentro do continente, não houve nenhum boletim recomendável para banho.
— A localização geográfica é um fator de influência considerável na balneabilidade. Praias no interior de baías têm uma renovação de águas mais demorada do que em praias oceânicas.
Especificamente, as águas da baía sofrem com o desague de rios, canais e galerias de águas pluviais contaminados com esgoto clandestino, o que afeta os resultados de balneabilidade das suas praias de uma forma geral — explica Daemon.
RIO — As análises da qualidade da água nas praias da Ilha do Governador feitas este ano (entre janeiro e agosto) trazem alguma esperança de renovação para o litoral insulano, que há décadas sofre com a poluição na Baía de Guanabara.
Os boletins de balneabilidade registraram os melhores resultados dos últimos dez anos em algumas praias — desde o início da série histórica divulgada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A Praia da Bica, uma das mais frequentadas da Ilha, revela a perspectiva mais animadora. A água está própria para banho desde o fim de janeiro, no trecho em frente à Rua Henrique Lacombe.
O resultado foi positivo em 11 dos 13 boletins. No mesmo período do ano passado não houve medição positiva. Em 2015, esteve balneável em apenas dois de 14 boletins.
As praias da Ilha, assim como as de outros bairros do Rio, sofrem o impacto direto da poluição que chega diariamente à Baía de Guanabara, principalmente através de rios e galerias de águas pluviais contaminadas por despejo irregular de esgoto.
Mas há também os contribuintes internos, como as chamadas línguas negras, que afetam diretamente os locais onde há despejo.  Na Praia da Bica a melhoria ocorreu depois que foram combatidos esses poluidores locais, segundo Leonardo Daemon, coordenador de Monitoramento de Qualidade Ambiental do Inea.
 Praia da Guanabara registrou melhoras, mas índice de poluição ainda é crítico - Marcelo de Jesus
— Foram realizadas intervenções como a construção de uma galeria de cintura para captar as saídas das galerias de águas pluviais que extravasavam nas areias da praia, o que contribuiu para a melhoria da balneabilidade — explica Daemon.
O tronco coletor de esgoto extinguiu seis línguas negras que saíam na praia. Daemon aposta numa perspectiva de melhora, mas lembra que os resultados estão sujeitos a variações climáticas como chuvas e correntes marítimas dentro da Baía de Guanabara. 
— Os resultados da Praia da Bica devem se manter estáveis — afirma o coordenador, que faz uma ressalva: — Estamos no período seco, de poucas chuvas, o que favorece os resultados de balneabilidade das praias. Mas nem tudo é tão positivo por ali. Na Bica, existem dois pontos de medição.
Em outro trecho da praia, em frente à Rua Uçá, os resultados não são bons. No local, a balneabilidade só esteve recomendada em três dos 13 boletins. A explicação, justifica Daemon, é que o canto da praia foi menos coberto pelo cinturão.
Se a melhora das águas se mantiver, a Praia da Bica terá tudo para voltar ao gosto dos frequentadores: quiosques, ciclovia, uma vista ímpar da entrada da Baía, do Pão de Açúcar e todo o contorno das montanhas do Rio.
Em terra, porém, a conservação é precária. Na última terça-feira, dia de chuva, havia muita sujeira acumulada na areia e no cantão, entre as pedras. Além da Bica, a área próxima ao Iate Clube Guanabara e a Praia da Guanabara apresentaram este ano os melhores resultados para o período de janeiro a agosto em toda a série histórica.
Embora estejam melhores do que no passado, o nível de poluição ainda é crítico nos dois lugares — só estiveram apropriadas para banho em 30% das análises. As três praias com melhores condições estão localizadas, geograficamente, mais de frente para a entrada da Baía de Guanabara.
Consequentemente, estão mais expostas à entrada de água limpa vinda do oceano. No restante da orla, o que inclui todo o litoral voltado para dentro do continente, não houve nenhum boletim recomendável para banho.
— A localização geográfica é um fator de influência considerável na balneabilidade. Praias no interior de baías têm uma renovação de águas mais demorada do que em praias oceânicas.
Especificamente, as águas da baía sofrem com o desague de rios, canais e galerias de águas pluviais contaminados com esgoto clandestino, o que afeta os resultados de balneabilidade das suas praias de uma forma geral — explica Daemon.