Prefeitura mapeia áreas para implantação de 'feira de ambulantes'

Bancas montadas em Copacabana, um dos bairros que, de acordo com a prefeitura, receberão as chamadas feiras de ambulantes - Guito Moreto



RIO — A ocupação desordenada de ambulantes e os comércios irregulares de rua estão na mira da fiscalização. O decreto da Prefeitura que instituiu, na sexta-feira passada, a Política Municipal de Licenciamento Sustentável do Comércio Ambulante (Polis), estabelece normas sobre o uso do espaço público e cria as "feiras de ambulantes".



Os pontos onde elas serão implantadas estão sendo definidos pela Coordenadoria de Gestão do Espaço Urbano (CGEU), que vai avaliar o impacto em relação ao comércio licenciado formal. Segundo o secretário da Secretaria de Ordem Pública (Seop), Paulo Amêndola, a medida vai facilitar a fiscalização da Guarda Municipal e abrir oportunidades de trabalho: — Em vez de cololcar uma barraca aqui e outra a 20 metros, vamos reunir um conjunto maior de ambulantes, mais ou menos prróximos.



São pessoas que, eventualmente, poderiam estar desempregadas, mas não estarão, porque a feira vai absorver mais gente — disse Amêndola, ressaltando que a Polis levou em consideração aspectos como o desemprego — Foi feito um estudo profundo, sem precipitação, com várias reuniões, vários meses, chegando a essa política que está expressa no decreto.



 O trabalho de inibir práticas ilegais já acontece no município. O que não existia ainda, segundo o secretário, é uma política sobre a utilização do solo. Amêndola informou que vai cadastrar os trabalhadores para receberem a licença da prefeitura, desde que os produtos comercializados sejam legais:  — No meio de ambulantes legalizados, há ilegais infiltrados.



Tem aqueles que furtam celular e vão vender ali. Eles aproveitam o conjunto de pessoas para determinar o local e perpetrar o crime. Por isso, vamos analisar cada caso, saber quem são, um a um. É um trabalho árduo — informou o secretário. Desde o dia 21 de agosto, a Guarda Municipal vem realizando pequenas ações em vários pontos da cidade para desobstruir calçadas pelo comércio ambulante não autorizado.



Na manhã desta segunda-feira, o trabalho de ordenamento urbano no calçadão de Bangu, na Zona Oeste, terminou em confusão. Cerca de 40 ambulantes fizeram um protesto na região, e um homem, identificado como Tadeu Henrique dos Santos Lopes Pedro, de 23 anos, foi detido.



 A Guarda informou que Tadeu estava com um grupo na passarela, que dá acesso à estação de trem, lançando bombas contra as equipes. Com ele, segundo a GM, foram encontradas duas bombas e um isqueiro. O ambulante foi conduzido para a 34ª DP (Bangu). — Não podemos abrir mão, nunca, do ordenamento do espaço.



Não vamos deixar de cuidar daquele espaço, para que as pessoas possam ir e vir. O direito do outro termina quando começa o seu — informou a comandante geral da Guarda, Tatiana Mendes, afirmando que as equipes são orientadas a agir com "atitude cortês" — A violência nunca vai partir da Guarda. As equipes têm que ter uma atitude sempre equilibrada.

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