Prefeitura vai cobrar de instituições particulares para que alunos façam estágio na rede pública
Hospital municipal Evandro Freire. Universidades particulares terão que pagar para que graduandos possam estagiar na rede pública - Marcelo de Jesus
RIO —A prefeitura decidiu voltar a cobrar para que alunos de cerca de 20 cursos (incluindo medicina, educação física, farmácia, fonoaudiologia e técnicos de enfermagem) mantidos de universidades e escolas técnicas particulares façam estágio na rede pública do Rio.
A medida vale não apenas para hospitais como até instituições como o Centro de Controle de Zoonoses e o Instituto Jorge Vaitsman, especializados em veterinária. A decisão consta de uma resolução publicada no fim de julho pelo secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos.
Os valores cobrados são por hora: R$ 0,50 (para cursos técnicos), R$ 8 (no caso de acadêmicos de medicina) e R$ 1 (demais cursos universitários). Em nota, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) explicou que a prefeitura já cobrou para que estudantes de instituições particulares façam estágio na rede e que apenas restabeleceu uma antiga prática.
A cobrança foi instituída em novembro de 2005 por uma resolução do ex-secretário Ronaldo Cezar Coelho. E extinta em setembro de 2014, por iniciativa do ex-secretário Daniel Soranz.
A SMS argumentou que os estados de São Paulo e de Santa Catarina também adotam a cobrança, fundamentados em dispositivos da Lei Federal 2.788/2008 que regulamenta a atividade de estagiários no país. Procurado, Daniel Soranz não foi encontrado para comentar porque suspendeu a cobrança. 
Ao todo, 3.892 alunos de instituições particulares fazem estágio hoje, em unidades da SMS. Para que seus alunos possam trabalhar na rede é necessário que mantenham convênios com a SMS. Das 57 instituições conveniadas, 43 já renovaram a parceria com o município segundo as novas bases.
A estimativa da prefeitura é que a cobrança gere R$ 10 milhões por ano. De acordo com a resolução, a verba será usada em atividades como pagamento de cursos para profissionais da própria SMS, compra de livros, periódicos e de materiais de consumo que tenham relação com o estágio.
As instituições de ensino deverão fazer os pagamentos duas vezes ao ano: fevereiro e agosto. O primeiro pagamento está previsto para ser realizado em fevereiro de 2018.
MOTIVO DA EXTINÇÃO
O ex-secretário Daniel Soranz tem outro entendimento. Ele afirmou que revogou a portaria por entender que seria inconstitucional instituir uma taxa ou imposto por portaria. E também para cumprir uma regra do MEC que prevê que instituições devem ajudar na formação de profissionais de saúde sem ônus para instituições pública ou privadas.
Para ele, a decisão de reinstituir a taxa vai desencorajar estágios na rede afetando inclusive o interesse em participar de programas de residência na rede municipal.
O ex-secretário disse acreditar que, em dois ou três anos a medida pode causar a carência de profissionais interessados em trabalhar na atenção básica de saúde para reposição de servidores que deixarem a prefeitura. Isso porque muitos alunos de medicina não terão a experiência de atuar na rede pública.
RIO —A prefeitura decidiu voltar a cobrar para que alunos de cerca de 20 cursos (incluindo medicina, educação física, farmácia, fonoaudiologia e técnicos de enfermagem) mantidos de universidades e escolas técnicas particulares façam estágio na rede pública do Rio.
A medida vale não apenas para hospitais como até instituições como o Centro de Controle de Zoonoses e o Instituto Jorge Vaitsman, especializados em veterinária. A decisão consta de uma resolução publicada no fim de julho pelo secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos.
Os valores cobrados são por hora: R$ 0,50 (para cursos técnicos), R$ 8 (no caso de acadêmicos de medicina) e R$ 1 (demais cursos universitários). Em nota, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) explicou que a prefeitura já cobrou para que estudantes de instituições particulares façam estágio na rede e que apenas restabeleceu uma antiga prática.
A cobrança foi instituída em novembro de 2005 por uma resolução do ex-secretário Ronaldo Cezar Coelho. E extinta em setembro de 2014, por iniciativa do ex-secretário Daniel Soranz.
A SMS argumentou que os estados de São Paulo e de Santa Catarina também adotam a cobrança, fundamentados em dispositivos da Lei Federal 2.788/2008 que regulamenta a atividade de estagiários no país. Procurado, Daniel Soranz não foi encontrado para comentar porque suspendeu a cobrança. 
Ao todo, 3.892 alunos de instituições particulares fazem estágio hoje, em unidades da SMS. Para que seus alunos possam trabalhar na rede é necessário que mantenham convênios com a SMS. Das 57 instituições conveniadas, 43 já renovaram a parceria com o município segundo as novas bases.
A estimativa da prefeitura é que a cobrança gere R$ 10 milhões por ano. De acordo com a resolução, a verba será usada em atividades como pagamento de cursos para profissionais da própria SMS, compra de livros, periódicos e de materiais de consumo que tenham relação com o estágio.
As instituições de ensino deverão fazer os pagamentos duas vezes ao ano: fevereiro e agosto. O primeiro pagamento está previsto para ser realizado em fevereiro de 2018.
MOTIVO DA EXTINÇÃO
O ex-secretário Daniel Soranz tem outro entendimento. Ele afirmou que revogou a portaria por entender que seria inconstitucional instituir uma taxa ou imposto por portaria. E também para cumprir uma regra do MEC que prevê que instituições devem ajudar na formação de profissionais de saúde sem ônus para instituições pública ou privadas.
Para ele, a decisão de reinstituir a taxa vai desencorajar estágios na rede afetando inclusive o interesse em participar de programas de residência na rede municipal.
O ex-secretário disse acreditar que, em dois ou três anos a medida pode causar a carência de profissionais interessados em trabalhar na atenção básica de saúde para reposição de servidores que deixarem a prefeitura. Isso porque muitos alunos de medicina não terão a experiência de atuar na rede pública.