Atendimento continua precário no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande
Rosane Tavares, que acompanha o pai no Hospital Rocha Faria - Márcia Foletto
RIO - O atendimento no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, continua precário. Um dia após 58 funcionários faltarem ao plantão da madrugada, a emergência do hospital só está recebendo casos graves, apesar de a direção da unidade afirmar que nenhum médico faltou ao plantão deste domingo. Mas testemunhas contam que muitos técnicos de enfermagem voltaram a faltar, por isso, os poucos que estão na unidade são obrigados a dobrar e trabalhar até 30 horas seguidas.
Os funcionários denunciam a falta de recursos na unidade e os salários atrasados. Os problemas no hospital levaram a 24 pedidos de demissão este mês. No sábado, um percentual pequeno dos salários entrou. Segundo alguns funcionários, em média, os técnicos de enfermagem receberam apenas R$ 430. 
Muitas pessoas que procuram atendimento na unidade acabam saindo revoltadas. Foi o caso de Alexandra Conceição dos Santos, que levou o filho Matheus Antônio, de 5 anos, mas não conseguiu que ele fosse examinado. Segundo ela, o menino, que está há dois dias com 39 graus de febre, chegou a ser examinado na UPA, mas após os exames de sangue e urina não acusarem nada, ela resolveu tentar uma segunda opinião no hospital, mas precisou voltar para casa.
- O que mais me revolta é que enterrei minha mãe há um mês. Ela entrou aqui com fratura no fêmur e saiu morta. Era um jogo de empurra entre os médicos. O ortopedista passava para o clínico, que dizia que era com o ortopedista. Agora estou há duas noites sem dormir, tentando saber o que meu filho tem, pois a febre não baixa - contou Alexandra.
Rosane Tavares, que acompanha o pai, Sebastião Tavares, de 77 anos, passa pela mesma experiência relatada por Rosana. Ela afirma que desde quarta-feira o pai está internado na unidade com uma fratura no fêmur, mas só está piorando.
 - O clínico não trata, porque diz que o caso do meu pai é ortopédico, e o ortopedista disse que isso é com o clínico. Meu pai tem cirurgia marcada para segunda, mas não sei se vão fazer - lamenta Rosane. Ela denuncia ainda que atualmente um único técnico cuida de duas enfermarias.
Rosane diz que no sábado chegou a ajudar a trocar as roupas de cama, e também conta que precisou trazer papel higiênico, copo descartável, cobertor e esparadrapo: - A gente está passando por isso por causa da roubalheira. Alexandre Valério, que acompanha a mulher, Maria Luiza da Silva, que caiu de uma janela do segundo andar de casa, conta que os pacientes que chegaram ao hospital depois das 22h na sexta-feira não foram atendidos.
Ele chegou à unidade por volta das 18h: - O Samu não está trazendo mais pacientes para cá desde sexta, por volta de 22h. Minha mulher foi bem atendida, recebeu atendimento, fez Raio-X, tomografia e cirurgia no pulso porque quebrou o braço na queda, mas o hospital está vazio.
No sábado, a secretaria municipal de Saúde anunciou a liberação de recursos pela Fazenda, e na última quinta-feira, a organização social IABAS, gestora do Hospital Rocha Faria, recebeu pelo contrato do complexo hospitalar repasse de R$ 5.079.813,79.
Na sexta-feira, o prefeito Marcelo Crivella já havia informado que o pagamento seria feito na própria quarta-feira. A organização social Iabas, que administra o Rocha Faria, afirmou que o hospital continua prestando atendimento, apesar do atraso de repasses de R$ 14 milhões por parte da prefeitura.
De acordo com o telejornal RJTV, a OS afirma que o dinheiro recebido na sexta-feira foi usado para pagar fornecedores.
CRISE NA SAÚDE
O caos na rede municipal se reflete na fila de 244 mil pessoas que estão à espera hoje de exames, consultas ou cirurgias no Rio. O número cresceu 80% desde 31 de dezembro do ano passado, quando 134 mil estavam na lista do Sistema de Regulação (Sisreg) da prefeitura.
A subsecretária de Regulação, Controle, Avaliação, Contratualização e Auditoria da Secretaria municipal de Saúde, Cláudia da Silva Lunardi, apresentou esses dados ao Ministério Público nesta sexta-feira. São 125 mil doentes aguardando consultas clínicas, 74 mil precisando de exames e 45 mil, de cirurgias.
RIO - O atendimento no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, continua precário. Um dia após 58 funcionários faltarem ao plantão da madrugada, a emergência do hospital só está recebendo casos graves, apesar de a direção da unidade afirmar que nenhum médico faltou ao plantão deste domingo. Mas testemunhas contam que muitos técnicos de enfermagem voltaram a faltar, por isso, os poucos que estão na unidade são obrigados a dobrar e trabalhar até 30 horas seguidas.
Os funcionários denunciam a falta de recursos na unidade e os salários atrasados. Os problemas no hospital levaram a 24 pedidos de demissão este mês. No sábado, um percentual pequeno dos salários entrou. Segundo alguns funcionários, em média, os técnicos de enfermagem receberam apenas R$ 430. 
Muitas pessoas que procuram atendimento na unidade acabam saindo revoltadas. Foi o caso de Alexandra Conceição dos Santos, que levou o filho Matheus Antônio, de 5 anos, mas não conseguiu que ele fosse examinado. Segundo ela, o menino, que está há dois dias com 39 graus de febre, chegou a ser examinado na UPA, mas após os exames de sangue e urina não acusarem nada, ela resolveu tentar uma segunda opinião no hospital, mas precisou voltar para casa.
- O que mais me revolta é que enterrei minha mãe há um mês. Ela entrou aqui com fratura no fêmur e saiu morta. Era um jogo de empurra entre os médicos. O ortopedista passava para o clínico, que dizia que era com o ortopedista. Agora estou há duas noites sem dormir, tentando saber o que meu filho tem, pois a febre não baixa - contou Alexandra.
Rosane Tavares, que acompanha o pai, Sebastião Tavares, de 77 anos, passa pela mesma experiência relatada por Rosana. Ela afirma que desde quarta-feira o pai está internado na unidade com uma fratura no fêmur, mas só está piorando.
 - O clínico não trata, porque diz que o caso do meu pai é ortopédico, e o ortopedista disse que isso é com o clínico. Meu pai tem cirurgia marcada para segunda, mas não sei se vão fazer - lamenta Rosane. Ela denuncia ainda que atualmente um único técnico cuida de duas enfermarias.
Rosane diz que no sábado chegou a ajudar a trocar as roupas de cama, e também conta que precisou trazer papel higiênico, copo descartável, cobertor e esparadrapo: - A gente está passando por isso por causa da roubalheira. Alexandre Valério, que acompanha a mulher, Maria Luiza da Silva, que caiu de uma janela do segundo andar de casa, conta que os pacientes que chegaram ao hospital depois das 22h na sexta-feira não foram atendidos.
Ele chegou à unidade por volta das 18h: - O Samu não está trazendo mais pacientes para cá desde sexta, por volta de 22h. Minha mulher foi bem atendida, recebeu atendimento, fez Raio-X, tomografia e cirurgia no pulso porque quebrou o braço na queda, mas o hospital está vazio.
No sábado, a secretaria municipal de Saúde anunciou a liberação de recursos pela Fazenda, e na última quinta-feira, a organização social IABAS, gestora do Hospital Rocha Faria, recebeu pelo contrato do complexo hospitalar repasse de R$ 5.079.813,79.
Na sexta-feira, o prefeito Marcelo Crivella já havia informado que o pagamento seria feito na própria quarta-feira. A organização social Iabas, que administra o Rocha Faria, afirmou que o hospital continua prestando atendimento, apesar do atraso de repasses de R$ 14 milhões por parte da prefeitura.
De acordo com o telejornal RJTV, a OS afirma que o dinheiro recebido na sexta-feira foi usado para pagar fornecedores.
CRISE NA SAÚDE
O caos na rede municipal se reflete na fila de 244 mil pessoas que estão à espera hoje de exames, consultas ou cirurgias no Rio. O número cresceu 80% desde 31 de dezembro do ano passado, quando 134 mil estavam na lista do Sistema de Regulação (Sisreg) da prefeitura.
A subsecretária de Regulação, Controle, Avaliação, Contratualização e Auditoria da Secretaria municipal de Saúde, Cláudia da Silva Lunardi, apresentou esses dados ao Ministério Público nesta sexta-feira. São 125 mil doentes aguardando consultas clínicas, 74 mil precisando de exames e 45 mil, de cirurgias.
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