Levantamento do Cremerj aponta irregularidades em sete hospitais municipais
Moradores e profissionais de saúde das clínicas da família do Complexo do Alemão levaram faixas e cartazes para protestar contra as condições de atendimento nas unidades - Educap / Divulgação
RIO - A dois dias da votação na Câmara dos Vereadores da lei orçamentária na área da Saúde para 2018, que prevê uma redução de R$ 490 milhões em relação ao aprovado para este ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio(Cremerj) divulgou nesta terça-feira um levantamento feito a partir de vistorias realizadas em sete hospitais municipais.
Assim como vem acontecendo com as clínicas da família, as grandes unidades também enfrentam falta de insumos, medicamentos e profissionais, além de emergências superlotadas.
De setembro a outubro, foram fiscalizados os hospitais Souza Aguiar, no Centro; Salgado Filho, no Méier; Fernando Magalhães, em São Cristóvão; Rocha Faria, em Campo Grande; Albert Schweitzer, em Realengo; Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Ronaldo Gazolla, em Acari. — A crise nas unidades municipais é grave e precisa de resoluções imediatas.
A população é quem mais sofre com toda essa situação. Médicos e demais profissionais de saúde estão atuando em condições precárias, o que certamente impacta no atendimento. Há atrasos de salários, superlotação, falta de recursos humanos e déficit de medicamentos e insumos.
É uma situação absurda. Não dá para continuar desse jeito — destaca o presidente do Cremerj, Nelson Nahon.  Há ainda problemas graves de infraestrutura. No Souza Aguiar, das dez salas do centro cirúrgico, apenas cinco estão em funcionamento devido a problemas na climatização.
A Secretaria municipal de Saúde informou que o prefeito Marcelo Crivella recebeu ontem representantes das nove organizações sociais que administram unidades de saúde, e solicitou um levantamento dos recursos necessários para a regularização de salários em atraso dos funcionários.
O valor ficou de ser apresentado pelas OSs hoje. “Assim que receber as informações, o prefeito — com as secretarias de Fazenda e Saúde — estudará a viabilidade de fazer o repasse nos próximos dias”, informou a nota.
. PROTESTO CONTRA O CAOS NAS CLÍNICAS DA FAMÍLIA
A lista de medicamentos básicos tem em torno de 180 itens. Mas 116 estão em falta na Clínica da Família Rodrigo Yamawaki Aguilar Roig, onde faltam ainda insumos básicos e salários em dia. A situação foi denunciada, na manhã desta terça-feira, durante um protesto que reuniu profissionais de saúde e moradores do Complexo do Alemão na Estrada do Itararé.
 — A implantação das clínicas da família no Alemão foi uma luta, e é muito triste ver tudo sendo sucateado. Além da falta de medicamentos e insumos básicos, até para fazer curativos, as clínicas estão sem internet.
Não podem inserir os pacientes no Sistema de Regulação (Sisreg) — denuncia Lúcia Cabral, coordenadora de projetos da ONG Educap, que atua no Alemão.
Segundo ela, todo material tem sido racionado e, por isso, curativos estão sendo feitos apenas nas clínicas. O protesto reuniu também usuários dos dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) que funcionam no Alemão. — Estão faltando remédios e alimentação — disse Janaína, paciente do CAPs João Ferreira Filho, na Estrada do Itararé.
O QUE APONTA O LEVANTAMENTO DO CREMERJ
- Souza Aguiar: fiscalizado no dia 18 de outubro. Foi constatado um grave déficit de profissionais de saúde. Na emergência, 47% dos plantonistas são temporários. Não há urologistas nos plantões noturnos do serviço de urologia.
Superlotação e carência de insumos e medicamentos. Dois aparelhos de tomografia não estavam funcionando. Das dez salas do centro cirúrgico, apenas cinco estão em funcionamento devido a problemas no ar-condicionado.
CTI pediátrico permanece fechado. - Fernando Magalhães: vistoriado em 16 de outubro. O principal problema é a falta de profissionais, o que tem causado o fechamento de serviços.
As UTIs materna e neonatal, e as UIs neonatal e canguru estavam fechadas pela ausência de médicos. - Salgado Filho: fiscalizado em 16 de outubro.
Grave déficit de leitos, equipamentos, materiais, medicamentos, além de profissionais de saúde. Superlotação na emergência, com mais de 15 pacientes nos corredores.
A taxa de ocupação chega superar 200% em alguns momentos. Demora na realização de diálise em pacientes crônicos.
- Rocha Faria: fiscalizado em 22 de setembro. Redução na equipe (plantão e obstetrícia), em função dos atrasos frequentes nos salários. Superlotação na emergência.
Falta de ambulâncias, equipamentos e medicamentos. - Albert Schweitzer: vistoriado em 20 de setembro. Fechamento de 20 leitos na UTI e três na unidade de tratamento semi-intensivo, o que dificulta a realização de neurocirurgias.
CTI desativado. Superlotação na emergência. -
Evandro Freire: vistoriado em 18 de setembro.
Falta de profissionais de enfermagem, limpeza e segurança. Redução de 20% a 25% no número de leitos.
Baixo estoque de remédios e demora na realização de exames, como cateterismo. Atraso salarial.
- Ronaldo Gazolla: vistoriado em 11 de setembro. Passou duas semanas sem receber novos pacientes devido à falta de verbas.
Contava com apenas um médico há pelo menos 15 dias na sala de parto, que realiza uma média de 471 partos por mês. Tomógrafo não funciona há um ano.
RIO - A dois dias da votação na Câmara dos Vereadores da lei orçamentária na área da Saúde para 2018, que prevê uma redução de R$ 490 milhões em relação ao aprovado para este ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio(Cremerj) divulgou nesta terça-feira um levantamento feito a partir de vistorias realizadas em sete hospitais municipais.
Assim como vem acontecendo com as clínicas da família, as grandes unidades também enfrentam falta de insumos, medicamentos e profissionais, além de emergências superlotadas.
De setembro a outubro, foram fiscalizados os hospitais Souza Aguiar, no Centro; Salgado Filho, no Méier; Fernando Magalhães, em São Cristóvão; Rocha Faria, em Campo Grande; Albert Schweitzer, em Realengo; Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Ronaldo Gazolla, em Acari. — A crise nas unidades municipais é grave e precisa de resoluções imediatas.
A população é quem mais sofre com toda essa situação. Médicos e demais profissionais de saúde estão atuando em condições precárias, o que certamente impacta no atendimento. Há atrasos de salários, superlotação, falta de recursos humanos e déficit de medicamentos e insumos.
É uma situação absurda. Não dá para continuar desse jeito — destaca o presidente do Cremerj, Nelson Nahon.  Há ainda problemas graves de infraestrutura. No Souza Aguiar, das dez salas do centro cirúrgico, apenas cinco estão em funcionamento devido a problemas na climatização.
A Secretaria municipal de Saúde informou que o prefeito Marcelo Crivella recebeu ontem representantes das nove organizações sociais que administram unidades de saúde, e solicitou um levantamento dos recursos necessários para a regularização de salários em atraso dos funcionários.
O valor ficou de ser apresentado pelas OSs hoje. “Assim que receber as informações, o prefeito — com as secretarias de Fazenda e Saúde — estudará a viabilidade de fazer o repasse nos próximos dias”, informou a nota.
. PROTESTO CONTRA O CAOS NAS CLÍNICAS DA FAMÍLIA
A lista de medicamentos básicos tem em torno de 180 itens. Mas 116 estão em falta na Clínica da Família Rodrigo Yamawaki Aguilar Roig, onde faltam ainda insumos básicos e salários em dia. A situação foi denunciada, na manhã desta terça-feira, durante um protesto que reuniu profissionais de saúde e moradores do Complexo do Alemão na Estrada do Itararé.
 — A implantação das clínicas da família no Alemão foi uma luta, e é muito triste ver tudo sendo sucateado. Além da falta de medicamentos e insumos básicos, até para fazer curativos, as clínicas estão sem internet.
Não podem inserir os pacientes no Sistema de Regulação (Sisreg) — denuncia Lúcia Cabral, coordenadora de projetos da ONG Educap, que atua no Alemão.
Segundo ela, todo material tem sido racionado e, por isso, curativos estão sendo feitos apenas nas clínicas. O protesto reuniu também usuários dos dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) que funcionam no Alemão. — Estão faltando remédios e alimentação — disse Janaína, paciente do CAPs João Ferreira Filho, na Estrada do Itararé.
O QUE APONTA O LEVANTAMENTO DO CREMERJ
- Souza Aguiar: fiscalizado no dia 18 de outubro. Foi constatado um grave déficit de profissionais de saúde. Na emergência, 47% dos plantonistas são temporários. Não há urologistas nos plantões noturnos do serviço de urologia.
Superlotação e carência de insumos e medicamentos. Dois aparelhos de tomografia não estavam funcionando. Das dez salas do centro cirúrgico, apenas cinco estão em funcionamento devido a problemas no ar-condicionado.
CTI pediátrico permanece fechado. - Fernando Magalhães: vistoriado em 16 de outubro. O principal problema é a falta de profissionais, o que tem causado o fechamento de serviços.
As UTIs materna e neonatal, e as UIs neonatal e canguru estavam fechadas pela ausência de médicos. - Salgado Filho: fiscalizado em 16 de outubro.
Grave déficit de leitos, equipamentos, materiais, medicamentos, além de profissionais de saúde. Superlotação na emergência, com mais de 15 pacientes nos corredores.
A taxa de ocupação chega superar 200% em alguns momentos. Demora na realização de diálise em pacientes crônicos.
- Rocha Faria: fiscalizado em 22 de setembro. Redução na equipe (plantão e obstetrícia), em função dos atrasos frequentes nos salários. Superlotação na emergência.
Falta de ambulâncias, equipamentos e medicamentos. - Albert Schweitzer: vistoriado em 20 de setembro. Fechamento de 20 leitos na UTI e três na unidade de tratamento semi-intensivo, o que dificulta a realização de neurocirurgias.
CTI desativado. Superlotação na emergência. -
Evandro Freire: vistoriado em 18 de setembro.
Falta de profissionais de enfermagem, limpeza e segurança. Redução de 20% a 25% no número de leitos.
Baixo estoque de remédios e demora na realização de exames, como cateterismo. Atraso salarial.
- Ronaldo Gazolla: vistoriado em 11 de setembro. Passou duas semanas sem receber novos pacientes devido à falta de verbas.
Contava com apenas um médico há pelo menos 15 dias na sala de parto, que realiza uma média de 471 partos por mês. Tomógrafo não funciona há um ano.
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