Ao comemorar redução das passagens, Crivella não cita decisões judiciais
O prefeito Marcelo Crivella em ação social na Escola Municipal Bahia, ao lado do Complexo da Maré - Básbara Lopes
Ao discursar para moradores do Complexo da Maré e de Bonsucesso, na Zona Norte, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) citou a recente redução das tarifas de ônibus como uma realização de sua gestão.
No começo da tarde de sábado, o político estava em mais uma edição do mutirão de serviços "Rio em Ação", na Escola Municipal Bahia, depois de cumprir agenda na Zona Oeste. — Dobrou o salário dos motoristas? Não. Aumentou o preço do pneu ou do diesel?
Não. Então por que então a passagem subiu? Propina — disse Crivella, emendando depois — Por que baixou R$ 0,40? Porque no governo do Crivella não tem propina.
Na verdade, quando reduziu as passagens, a prefeitura apenas cumpria duas decisões judiciais. No final de agosto, a desembargadora Mônica Sardas, da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) concordou com o argumento do Ministério Público de que o aumento de R$ 0,40 nas passagens em 2015 foi maior do que o reajuste estabelecido no contrato, e determinou que, em vez de R$ 3,80, os cariocas passassem a pagar R$ 3,60.
A segunda redução, do mesmo valor, aconteceu no começo deste mês, em outra ação movida pelo Ministério Público. Desde quinta-feira, a tarifa passou a custar R$ 3,40 (entenda as mudanças nas tarifas do Rio de Janeiro). Entretanto, o responsável pelas negociações contestadas na Justiça, o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), não foi citado em momento algum por Crivella.
Sem fazer menção à votação que, na sexta-feira, libertou a cúpula do PMDB da prisão, o prefeito preferiu direcionar os torpedos ao também peemedebista Sérgio Cabral. Até mesmo quando agradeceu a presença de sua assessora e braço-direito desde os tempos de Senado, Margarett Cabral, ele fez questão de ressaltar que ela era uma "Cabral do bem".
E embora o valor das passagens municipais seja estipulado anualmente pela prefeitura, foi o nome do ex-governador que surgiu na hora de comemorar os R$ 0,40 que o carioca paga a menos nas catracas. — Eu acho que se o Cabral estivesse no governo, a passagem ia estar R$ 6,00.
Graças a Deus ficou mais baixo — alfinetou. Ao ser questionado sobre as negociações para um reajuste tarifário, que normalmente é anunciado no fim do ano, o prefeito declarou já estar em contato com empresários da área de transportes.
E mais uma vez usou as denúncias de corrupção no setor a seu favor: — Nós temos uma vantagem para colocar na mesa de negociação: agora não tem propina. A propina era mais cara do que o diesel. Agora vamos fazer um cálculo que vai trazer o valor real — prometeu.
Crivella também fez um apelo aos motoristas e cobradores de ônibus para não cumprirem a ameaça de greve, que se tornou mais palpável depois da última redução tarifária.
Trabalhadores denunciam que, desde o início do ano, o setor fechou mais de 5 mil vagas, e que algumas empresas já anunciaram não ter condições financeiras de pagar o décimo-terceiro. — Quando o ônibus para, quem mais gosta disso são as vans ilegais.
O sujeito anuncia: "vai ter greve no Rio". Vem van ilegal, de repente, até de São Paulo.
A fiscalização dos transportes na cidade — legais ou ilegais — é responsabilidade da Secretaria Municipal de Transportes, comandada pelo vice-prefeito, Fernando Mac Dowell.
Ao discursar para moradores do Complexo da Maré e de Bonsucesso, na Zona Norte, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) citou a recente redução das tarifas de ônibus como uma realização de sua gestão.
No começo da tarde de sábado, o político estava em mais uma edição do mutirão de serviços "Rio em Ação", na Escola Municipal Bahia, depois de cumprir agenda na Zona Oeste. — Dobrou o salário dos motoristas? Não. Aumentou o preço do pneu ou do diesel?
Não. Então por que então a passagem subiu? Propina — disse Crivella, emendando depois — Por que baixou R$ 0,40? Porque no governo do Crivella não tem propina.
Na verdade, quando reduziu as passagens, a prefeitura apenas cumpria duas decisões judiciais. No final de agosto, a desembargadora Mônica Sardas, da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) concordou com o argumento do Ministério Público de que o aumento de R$ 0,40 nas passagens em 2015 foi maior do que o reajuste estabelecido no contrato, e determinou que, em vez de R$ 3,80, os cariocas passassem a pagar R$ 3,60.
A segunda redução, do mesmo valor, aconteceu no começo deste mês, em outra ação movida pelo Ministério Público. Desde quinta-feira, a tarifa passou a custar R$ 3,40 (entenda as mudanças nas tarifas do Rio de Janeiro). Entretanto, o responsável pelas negociações contestadas na Justiça, o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), não foi citado em momento algum por Crivella.
Sem fazer menção à votação que, na sexta-feira, libertou a cúpula do PMDB da prisão, o prefeito preferiu direcionar os torpedos ao também peemedebista Sérgio Cabral. Até mesmo quando agradeceu a presença de sua assessora e braço-direito desde os tempos de Senado, Margarett Cabral, ele fez questão de ressaltar que ela era uma "Cabral do bem".
E embora o valor das passagens municipais seja estipulado anualmente pela prefeitura, foi o nome do ex-governador que surgiu na hora de comemorar os R$ 0,40 que o carioca paga a menos nas catracas. — Eu acho que se o Cabral estivesse no governo, a passagem ia estar R$ 6,00.
Graças a Deus ficou mais baixo — alfinetou. Ao ser questionado sobre as negociações para um reajuste tarifário, que normalmente é anunciado no fim do ano, o prefeito declarou já estar em contato com empresários da área de transportes.
E mais uma vez usou as denúncias de corrupção no setor a seu favor: — Nós temos uma vantagem para colocar na mesa de negociação: agora não tem propina. A propina era mais cara do que o diesel. Agora vamos fazer um cálculo que vai trazer o valor real — prometeu.
Crivella também fez um apelo aos motoristas e cobradores de ônibus para não cumprirem a ameaça de greve, que se tornou mais palpável depois da última redução tarifária.
Trabalhadores denunciam que, desde o início do ano, o setor fechou mais de 5 mil vagas, e que algumas empresas já anunciaram não ter condições financeiras de pagar o décimo-terceiro. — Quando o ônibus para, quem mais gosta disso são as vans ilegais.
O sujeito anuncia: "vai ter greve no Rio". Vem van ilegal, de repente, até de São Paulo.
A fiscalização dos transportes na cidade — legais ou ilegais — é responsabilidade da Secretaria Municipal de Transportes, comandada pelo vice-prefeito, Fernando Mac Dowell.