Com pagamento atrasado, efetivo e horário do Centro Presente estão reduzidos

 
A Avenida Presidente Vargas sentiu falta dos policiais da Operação Centro Presente, principalmente na altura do Rio Imagem e da Central do Brasil - Pablo Jacob



 RIO - O Instituto de Segurança Pública (ISP) comemorou, esta semana, a redução nos índices de roubo de rua no mês passado (12,2% a menos que outubro de 2016). Mas uma crise no programa Segurança Presente, que reforça o policiamento no Centro do Rio, pode trazer de volta os recorrentes assaltos na região.



Os agentes não receberam o salário de outubro, o efetivo foi reduzido, assim como o horário de atuação dos policiais aos fins de semana. Nos últimos dois dias, quem passava pela Avenida Presidente Vargas sentiu falta dos policiais, principalmente na altura do Rio Imagem, Central do Brasil e Rua de Santana.



Quem circula pelo Largo da Carioca também notou redução no número de agentes. Segundo policiais que fazem parte do programa, a redução vem acontecendo desde meados de outubro e a área mais impactada é justamente uma das mais complicadas: a Central do Brasil.



 — De 40 vagas num turno de 14h às 22h nós trabalhamos essa semana com dez policiais. Tivemos um dia com apenas quatro agentes. No turno da manhã ainda comparecem mais policiais, uma média de 20, mas mesmo assim é pouco — afirma um agente.




  ÔNIBUS QUE SERVIAM DE BASES FORAM DEVOLVIDOS



 O Segurança Presente, financiado pela Fecomércio, reforça o policiamento pagando gratificação a policiais militares que atuam nas folgas e reservistas das Forças Armadas.



Mas, com o atraso no pagamento, muitos voluntários não dispõem de recursos para passagem e alimentação. Desde junho, quando o convênio foi renovado, aos sábados e domingos o policiamento só é reforçado das 8h às 20h, antes era das 6h30m às 22h, como nos dias úteis.



 Outra mudança afeta diretamente os policiais. Os quatro ônibus que serviam de bases fixas do Centro Presente foram devolvidos para a prefeitura, que fez a solicitação. Sem os veículos, os agentes se abrigam em tendas montadas e desmontadas diariamente.



 Em nota, o Governo do Estado negou que o efetivo tenha sido reduzido. Informou ainda que os quatro ônibus que eram usados como bases "foram cedidos pela Prefeitura mas requisitados de volta". Ainda em nota, disse que a implantação de novas bases está sendo estudada. Sobre o salário de outubro, a Casa Civil afirmou que será quitado na semana que vem.



 A Operação Centro Presente teve início em julho de 2016. Em junho deste ano, o convênio foi renovado por mais um ano. Os custos do projeto (R$ 41 milhões) são divididos e pagos pela Prefeitura e Fecomércio. Até ontem, o Centro Presente somou 595 mandados de prisão cumpridos.

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