Redução da tarifa de ônibus municipais entra em vigor e passageiros comemoram

Coletivo exibe nova tarifa cobrada no Terminal Padre Henrique Otte - Paulo Nicolella / Marcella Félix




 RIO — Desde as primeiras horas desta quarta-feira, passageiros que utilizam ônibus municipais já pagam mais barato. É que entrou em vigor o novo valor da tarifa cobrada nos coletivos que circulam no município do Rio: passou de R$ 3,60 para R$ 3,40. Durante o fim desta madrugada e início da manhã, a nossa quipe conversou com quem utiliza o transporte na Central do Brasil, com movimentação intensa, apesar do feriado; e também no Terminal Padre Henrique Otte, na Região Portuária da cidade.



Mas nem todos ficaram satisfeitos. Enquanto passageiros comemoraram a diminuição do valor, funcionários de empresas de ônibus mostraram receio com o que pode acontecer em decorrência da nova medida.


 A redução da tarifa cumpre a decisão da Justiça e decreto da prefeitura publicado na edição desta segunda-feira do Diário Oficial. O Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio (Rio Ônibus), porém, ainda tenta um recurso suspensivo manter o valor anterior, de R$3,60.


 O auxiliar administrativo Sérgio Olímpio do Nascimento, de 55 anos, foi um dos que comemorou a nova medida. Ele, que aguardava o ônibus no Terminal Padre Henrique Otte, afirma que a diminuição na tarifa vai fazer diferença no orçamento, especialmente no caso de pessoas que pegam várias conduções durante o dia.


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 — Quanto mais abaixar (o valor da passagem) é melhor para o nosso orçamento. Eu, por exemplo, faço umas sete viagens de ônibus por dia, em bairros como Copacabana e Botafogo.


No fim do mês, a diferença é grande. Teonas Santos da Silva, de 39 anos, que estava no mesmo terminal, fez coro. Ele acrescentou ainda que o valor que era desembolsado era alto para o serviço disponibilizado para a população. — A gente não tem de volta em forma de serviço o valor que pagamos. O serviço tem suas precaridades.



Não é difícil encontrar bancos quebrados, sujeira e portas danificadas. A situação é complicada para os motoristas também, que ficam à mercê de tudo isso — argumentou ele. 


Fiscais da prefeitura na Central do Brasil - Paulo Nicolella / Marcella Felix



Assim como no terminal onde estavam Sério e Teonas, os ônibus na Central do Brasil já exibiam o novo valor na parte dianteira dos coletivos. Por lá havia fiscais da prefeitura, que atuavam na área para garantir que a medida fosse cumprida.



 Também na Central, a copeira Teresa Cristina, de 55 anos, disse que redução na tarifa é boa para quem desembolsa dinheiro todos os dias para bancar as passagens. De acordo com ela, a diferença não será tão grande para quem utiliza cartões como o RioCard para ir e voltar do trabalho. — Nesse caso, adianta mais para o patrão, né?



Assim ele vai colocar menos dinheiro no cartão e economizar — afirmou ela. Apesar anuência dos passageiros, alguns funcionários de empresas de ônibus mostraram certo receio com a redução.



 — Alguém vai ter que pagar essa conta. Estamos sem aumento há cerca de dois anos e há o receio em relação ao nosso décimo terceiro. Sem contar que existe o medo que demissões ocorram.



Conheço motoristas que estão até com o salário atrasado — disse um motorista da empresa Real Auto ônibus, que pediu para não ser identificado.

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