Rio Ônibus entrará com medida judicial para impedir greve de rodoviários

Rodoviários planejam greve para o dia 31 de dezembro - Pedro Teixeira



RIO - O Rio Ônibus afirmou, nesta quinta-feira, que entrará na Justiça para pedir que uma possível paralisação de rodoviários anunciada para o dia 31 de dezembro seja considerada ilegal.



De acordo com o sindicato, a decisão foi tomada após o comunicado oficial sobre a greve. O anúncio da paralisação foi feito no fim de novembro pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb Rio) e tem previsão de acontecer até o dia 2 de janeiro.



 Os motoristas reclamam de atraso nos pagamentos de salário, do 13º, das férias e de cesta básica.


  Rodoviários marcam paralisação geral para o dia 31 de dezembro Segundo o Rio Ônibus, pedidos formais serão enviados para a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Polícia Militar do Rio, para que o policiamento nos acessos das empresas de ônibus sejam reforçados.



A medida, segundo o sindicato, é uma forma de garantir a integridade física da população e dos rodoviários que não aderirem a eventual paralisação. A Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Transportes também estão sendo informadas de que os consórcios pretendem manter as frotas em operação. Ainda de acordo com o Rio Ônibus, a paralisação pode afetar até 4 milhões de passageiros na cidade do Rio.



O sindicato considerou a possibilidade "um grande transtorno à população".  "Ao ser comunicado oficialmente somente nesta semana sobre a possível paralisação dos rodoviários anunciada para o dia 31 de dezembro, o Rio Ônibus informa que adotará todas as medidas judiciais cabíveis a fim de impedir o movimento, que pode afetar 4 milhões de passageiros na cidade do Rio de Janeiro.



Apesar de reconhecer como legítimo o direito de greve da categoria, o sindicato considera que a paralisação do serviço no último dia do ano causaria um grande transtorno à população. Diferente de outros modais, os ônibus são os únicos que têm a capacidade de transportar todo o público dos eventos da cidade, sem impor limite de passageiros.



Uma eventual greve também geraria uma sobrecarga na operação de outros meios de transporte", diz trecho da nota. Sintraturb mantém greve De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), Sebastião José, a greve da categoria está confirmada para o fim do ano. Segundo ele, uma nova assembleia será realizada para discutir o rumo da paralisação.



 "Para evitar qualquer tipo de constrangimento, já protocolamos no Rio Ônibus ofício onde afirmamos que a lei será cumprida e 30% da frota deve rodar, inclusive já encaminhamos para as empresas cópia desse ofício e comunicamos aos profissionais da nossa posição.



 Não queremos que a população seja prejudicada, mas esse sistema de escravidão precisa ter um fim", disse em nota.  Sebastião afirmou ainda que, como não houve acordo com empresários, a categoria optou em passar o final de ano em companhia de seus familiares.



 "A categoria vive hoje uma verdadeira calamidade, já que há 17 meses está sem reajuste salarial e apreensiva com a perda de mais de cinco mil postos de empregos. Para piorar a situação, agora em dezembro cerca de 600 ônibus serão retirados de circulação por já estarem velhos e sem uso, o que irá proporcionar a perda de mais de 1200 postos de trabalho.



 Estamos prevendo um dezembro negro para a categoria. Nessa briga entre o executivo municipal, Fetranspor e Judiciário, quem acaba sofrendo as consequências são os motoristas e cobradores.



 Em todos esses anos como sindicalista nunca presenciei tamanho desrespeito com os profissionais que fazem a cidade se movimentar transportando milhares de pessoas diariamente", disse.



 Em novembro deste ano, a Justiça do Rio já havia declarado ilegal a paralisação marcada pela categoria para o dia 21 de novembro, por entender que a greve prejudicaria passageiros da cidade. A decisão determinou que cada manifestante fosse multado em R$ 1 mil, o dirigente, em R$ 10 mil e o sindicato, em R$ 50 mil.

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