Tarifa de ônibus no Rio pode sofrer segundo reajuste ainda este mês

 
Nesta segunda, passagem subiu de R$3,40 para R$3,60 - Paulo Nicolella




 RIO - O carioca mal teve tempo de se acostumar com a nova tarifa de ônibus — que subiu R$ 3,40 para R$ 3,60 nesta segunda-feira, por determinação da Justiça — e um segundo reajuste já está sendo calculado, e para entrar em vigor muito em breve. Hoje, o presidente da Rio Ônibus, Carlos Callak, se reuniu com o secretário municipal de Transporte, Rubens Teixeira, para discutir o assunto.



Ao fim do encontro, Callak afirmou que a prefeitura assumiu a responsabilidade de aceitar a correção. A Rio Ônibus alega que não houve o reajuste anual, previsto em contrato, em 2017 e 2018, o que estaria prejudicando os investimentos no sistema.



Os cálculos da nova tarifa estão sendo feitos por duas empresas internacionais: a Price Waterhouse & Coopers (Price), contratada pela prefeitura, e a Ernst & Young, contratada pelos consócios Internorte, Santa Cruz, Intersul e Transcarioca, que operam os coletivos na cidade. Segundo Callak, o reajuste deve acontecer em poucos dias: — Tem que ser este mês, tem que ser esta semana.



 Tudo que tinha que ser construído, em relação à expectativa da prefeitura de atendimento à população, tem sido construído, como retomada de linhas, de climatização de frotas, assim como fiscalização de vans.



A única coisa que falta é cálculo das empresas.  Os novos valores devem ser conhecidos ainda nesta terça-feira, após publicação, no Diário Oficial, da contratação da Price. Em entrevista ao RJTV, da Globo, Rubens Teixeira disse que a prefeitura busca uma tarifa justa: — A sociedade não pode pagar mais do que deve, e eu não posso dizer que as empresas devem cobrar menos do que teriam direito.



O que a gente quer é um preço justo. O cálculo será feito pela Price e, evidentemente, é público e qualquer um pode criticar.



 TARIFA MAIS CARA


 A passagem de ônibus subiu para R$ 3,60 nesta segunda-feira, de acordo com o decreto publicado no Diário Oficial do Rio na última sexta-feira.



No início desta manhã, na Central do Brasil, os carros já circulavam com o adesivo indicando o novo valor cobrado. Muitos passageiros criticam o aumento e alegam que os R$ 0,20 pagos a mais todos os dias fazem diferença para quem precisa do transporte público para se deslocar pelo Rio.  — Eu uso Riocard, mas compro do meu bolso e com certeza vou sentir a diferença no fim do mês.



São cinco ônibus por dia para ir e voltar do trabalho. Pode parecer pouco, mas se você pensar no valor total depois de 30 dias, aí sim pesa nas finanças. A medida cumpre uma decisão judicial em ação movida pelos quatro consórcios que operam os coletivos na cidade — Internorte, Santa Cruz, Intersul e Transcarioca.



Juntos, eles reinvindicavam que o valor da passagem fosse reajustado para R$ 4, já a partir de janeiro deste ano. Por sua vez, o município do Rio apresentou cálculos da secretaria municipal de Transportes apontando que o valor ideal seria de R$ 3,60. No entanto, de acordo com os passageiros, o aumento do preço não é acompanhado pela melhoria da qualidade do serviço prestado.



O vendedor autônomo Roberto Felix, de 38 anos, diz que concordaria em pagar o valor exigido pelo RioÔnibus, desde que os veículos fossem equipados com ar condicionado, por exemplo, além de considerar os intervalos muito longos. Ele mora no Centro e trabalha em Bonsucesso, na Zona Norte.




 — O preço não condiz com a qualidade dos serviços. Daqui a pouco a passagem volta a custar R$3,80 e nem sinal da climatização prometida há anos. O ônibus que eu pego, o 312 (Candelária x Olaria), não tem ar condicionado em nenhum carro. A gente paga caro por um serviço ruim, para passar calor e não ter o mínimo de conforto — diz o vendedor.

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