Passageiros sentem efeitos da greve no transporte público do Rio na manhã desta segunda


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Passageiros enfrentam ônibus do BRT lotado na estação Mato Alto - Ricardo Cassiano / Rosa Maria de Jesus



RIO - Passageiros ainda enfrentam os transtornos da greve dos caminhoneiros no transporte público do Rio na manhã desta segunda-feira, o oitavo dia de paralisação. Apesar de o presidente da República, Michel Temer, ter feito uma nova proposta aos caminhoneiros na noite deste domingo, as dificuldades de locomoção deverão ser sentidas pela população do Rio por mais alguns dias diante da falta de combustível. O sistema BRT opera com apenas 35% dos veículos. Uma dessas linhas é a 25 (Semiexpresso - Jardim Oceânico X Mato Alto). Normalmente, às 5h, a estação já se encontra lotada, o que não ocorreu na manhã desta segunda-feira devido à menor oferta de ônibus que levam os passageiros. A estação do BRT de Mato Alto que sempre recebe um fluxo grande de pessoas amanheceu mais vazia, situaçao semelhante ao observado no terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.
A cozinheira Sheila Zeferino, de 34 anos, foi de carro até o terminal do BRT. No entanto, ela relata que ao passar pelos pontos de ônibus, vê muito mais pessoas que o normal.
— Eu venho sempre de carro. Estou acostumada. Mas no caminho para cá percebi que os pontos então mais lotados — afirmou Sheila.
Nessa situação ainda há aquelas pessoas que chegam ao BRT na esperança de pegar o coletivo que vai direto para Alvorada. Esse é o caso da auxiliar de serviços gerais Vanessa Nolasco, de 34 anos. Ela chegou a estação e foi informada que hoje não tem o direto, somente o 25.
— Não sei como vou fazer para chegar ao trabalho hoje. Normalmente venho de ônibus, mas como hoje não teve, tive que vir de van, que estava muito lotada — completou Vanessa.
Segundo um fiscal do BRT que estava no local, a tendência é que durante o dia mais veículos estejam circulando, já que o reabastecimento já começou. Ele ainda afirma que para o horário (às 6h) a estação era para estar lotada.
— Hoje o fluxo de pessoas está tranquilo. Normalmente era para estar lotado. Isso acontece quando tem o direto e expresso — afirmou o fiscal, que avisou que só o 25 está funcionando.
E no meio desse caos ainda tem espaço para que está indo para o primeiro dia de trabalho. Josafá Joaquim dos Santos Filho, de 45 anos, saiu de Campo Grande, onde mora, em direção ao Recreio dos Bandeirantes, local que começa o trabalho de frentista nesta segunda-feira.
— Está complicado o dia de hoje. Acho que vou chegar atrasado no eu primeiro dia de trabalho. Só consegui pegar o 866, que é o único que está passando. Eu saí 3h30 de casa e estou chegando só agora, às 5h15 aqui no BRT.



CLIMA DE FERIADO NO TERMINAL ALVORADA



No oitavo dia de greve dos caminhoneiros, o Terminal Alvorada amanheceu em clima de feriado nesta segunda-feira. Às 6h30, o movimento de passageiros nas plataformas deveria ser intenso. Mas o cenário era bem diferente: poucos ônibus nas baias e não havia passageiros suficientes nem para formar as grandes filas que normalmente se vê. A doméstica Luciene Pessoa, de 45 anos, que mora em Pingo d'Água e trabalha na Barra, se surpreendeu com a calmaria no terminal.
— Acho que muita gente desistiu de trabalhar, porque isso aqui assim é raridade. Em Pingo d'Água também estava tranquilo. O ônibus chegou rápido e eu, que normalmente venho toda esmagada, hoje até consegui vir sentada — conta.
Já Benedita Raposo, de 39 anos, moradora de Curicica, não deu a mesma sorte. Lá, o ônibus demorou a chegar, e quando chegou estava lotado.
— Não consegui nem segurar, de tanta gente que tinha. Mas é melhor isso do que depender de vans. No sábado, paguei R$ 10 numa van para vir de Curicica até aqui. Um absurdo, né? — diz a arrumadeira.


METRÔ FUNCIONA NORMALMENTE


A greve de caminhoneiros não afetou a rotina de funcionamento do Metrô Rio. Na estação Jardim Oceânico, na Barra, a movimentação de passageiros era normal na manhã desta segunda-feira. Com os habituais intervalos de cerca de quatro minutos, as composições deixavam as plataformas cheias.
Do lado de fora da estação, operavam a todo vapor as barraquinhas de tapioca e cachorro-quente, outro sinal de que a movimentação não caiu. Entre os comerciantes, a expectativa era de que a movimentação aumentasse por conta da falta de ônibus, mas esse fenômeno não ocorreu.
— Está tudo normal. Aqui muitos passageiros vêm a pé, outros vêm de ônibus do condomínio e há ainda os que vêm de carro e estacionam nas proximidades. Não mudou muito o fluxo — explica um pipoqueiro.

A estação de BRT que é integrada ao metrô apresentava movimentação mais baixa do que o normal. Poucos ônibus estavam paradas nas baias, já que o sistema está operando com apenas 35% da frota. Na plataforma do metrô, os passageiros não identificaram nenhuma anormalidade.
— Como o metrô anunciou que não seria afetado, acho que as pessoas não ficaram com medo de vir. Tudo normal — comenta a estudante Erica Cruz, de 20 anos.

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