Obra que ligaria corredores Transoeste e Transolímpica permanece parada
RIO — Os usuários do BRT Transoeste que passam pela estação Salvador Allende podem ver, entre as duas pistas da Avenida das Américas, um enorme vão que não dá acesso a lugar algum. A escavação foi feita de forma a permitir a passagem de dois ônibus, lado a lado, mas jamais foi concluída.
Ali deveria haver uma ligação entre a estação Salvador Allende do Transoeste e o Terminal Recreio da Transolímpíca. Sem ela, os passageiros que desejam fazer a integração são obrigados a percorrer cerca de 200 metros entre as duas paradas, tendo que atravessar uma das pistas da Américas. O buraco serve ainda de abrigo ocasional para moradores de rua como Cleison de Souza, catador de latas de alumínio.
O barbeiro Wagner Golçalves faz a integração entre as duas linhas do BRT no caminho para o trabalho. Além da distância entre as duas estações, ele se preocupa com a segurança no trajeto em determinados horários.
— À noite fica muito deserto, e há risco de assalto. E a travessia da avenida é bem perigosa, porque os carros não costumam reduzir a velocidade — conta.
No mesmo ponto, entre as duas estações do BRT, há um terminal de ônibus construído para receber as linhas com destino a Vargem Grande. Quando a equipe do GLOBO-Barra esteve no local, o terminal estava sendo usado como estacionamento.
Segundo o BRT, as linhas 817A e 827A tinham baixíssima demanda de passageiros e foram absorvidas por outras, cujos trajetos já se sobrepunham aos itinerários atendidos originalmente. Já a Secretaria municipal de Transportes (SMRT) afirma que o terminal está sendo usado normalmente, mas o mvimento só deverá aumentar após a conclusão da ligação, ainda em construção, entre os corredores Transolímpica e a Transbrasil.
Sobre a 817A e a 827A, a pasta informa que o consórcio responsável já foi autuado 53 vezes, só este ano, por operar com frota abaixo do determinado ou por inoperância das linhas em questão.